• Matéria: Português
  • Autor: laurajsrs
  • Perguntado 6 anos atrás

faça uma resenha do filme Turma da Mônica: Laços ​

Respostas

respondido por: Malok
9
Turma da Mônica — Laços é um filme baseado na graphic novel de mesmo nome, de Lu e Vitor Caffagi, que gira ao redor do universo e personagens criados por Maurício de Souza. Roteirizado por Thiago Dotorri e dirigido por Daniel Rezende, o filme conta a história de como Cebolinha, Mônica, Cascão e Magali se unem para tentar resgatar Floquinho, o cão de Cebolinha, que foi sequestrado por um homem misterioso.
Pela primeira vez uma aventura desta turma tão querida está indo para os cinemas em uma versão “live-action” (ou seja, ao vivo, sem o auxílio de animações) o que é uma empreitada um tanto arriscada já que os quadrinhos de Maurício de Sousa são publicados desde os anos 1960 e fazem parte de um imaginário cultural de diversas gerações de brasileiros. Mas, para a felicidade dos fãs, o filme foi capaz de fazer justiça às HQs não só respeitando a essência de seus personagens principais e a natureza das histórias originais, como trazendo citações a diversos núcleos de personagens das produções de Maurício de Sousa, como easter eggs (citações escondidas para os fãs ficarem caçando).
É um filme doce e inocente, com uma história bem-pensada e tecnicamente bem feito. No entanto, é necessário refletir se a caracterização extremamente fiel a narrativa e ao visual dos quadrinhos é benéfica para o filme, uma vez que sem dúvida traz nostalgia a qualquer espectador que conheça a Turma da Mônica, ou se isto se transforma em algo que limita o espaço criativo dos diretores do filme bem como a capacidade de atualizar as histórias das HQs.
O elenco infantil se mostrou talentoso, eles contracenam muito bem uns com os outros e ficaram perfeitos em seus personagens. Novamente não necessariamente o fato dos personagens serem caracterizados exatamente como são nos quadrinhos é algo benéfico para o filme, principalmente porque o roteiro não desenvolveu os personagens para além dos estereótipos: Mônica continua sendo uma valentona que usa a violência como punição, da mesma forma que Cebolinha jamais aprende que é errado provocar os outros através de xingamentos sobre a forma física da pessoa.
O roteiro do filme até que poderia ter promovido um crescimento destes personagens (afinal, trata-se de um filme pertencente ao gênero “coming of age”, filme de amadurecimento), mas não é isto que ocorre, talvez porque, a equipe criativa esteja mais preocupada em promover a nostalgia no público. Apenas o Cebolinha atravessa uma transformação ao longo do filme e todos os personagens voltam a viver seus estereótipos ao final do longa.
Seria de se esperar que o primeiro “live-action” da histórica Turma da Mônica tivesse a personagem título como protagonista, o que estaria muito em dia com as atuais discussões de protagonismo feminino nas telas e por trás das câmeras, porém, novamente, não é isto que ocorre: o filme é liderado pelo Cebolinha e o tempo todo vemos Mônica como um suporte para a história do garoto — isto até pode ser justificado uma vez que a história foi criada com base em uma HQ onde o protagonismo de Cebolinha faz sentido uma vez que existem incontáveis histórias onde cada membro da Turma é o protagonista; mas este não é um bom argumento já que eles poderiam ter adaptado qualquer outra história onde Mônica fosse protagonista, ou mesmo criado uma história completamente nova.
Se o filme tinha como propósito fazer o público relembrar sua infância lendo os gibis e se deleitar com isto, então ele cumpre seu propósito muito bem. No entanto, se até o momento podemos acusar os recorrentes “live-actions” da Disney como Cinderela, A Bela e a Fera, Mogli e O Rei Leão de serem meras cópias dos clássicos de animação, sem acrescentar novas visões (mais atuais e condizentes com nosso tempo) para a história, o mesmo pode ser dito sobre Turma da Mônica — Laços.
Talvez a melhor coisa do filme seja o fato de que ele traz de volta a atenção do público para filmes infantis e juvenis produzidos pelo cinema nacional. Apesar de já ter sido bastante explorado, este gênero ainda não teve devido reconhecimento e raramente vemos uma produção assim chegar aos cinemas, apesar de ser comercialmente vantajoso. Com sorte, Laços pode inaugurar uma nova onda de filmes infantis no Brasil.
respondido por: Thaylanaalves056
5

Resposta:

Floquinho, o cachorro do Cebolinha (Kevin Vechiatto), desapareceu. O menino desenvolve então um plano infalível para resgatar o cãozinho, mas para isso vai precisar da ajuda de seus fiéis amigos Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira). Juntos, eles irão enfrentar grandes desafios e viver grandes aventuras para levar o cão de volta para casa.

Explicação:

A trama do filme é baseada na Graphic Novel homônima do Vitor e da Lu Cafaggi, e é bastante fiel à história original. O Floquinho, cachorro do Cebolinha, some, e a turminha resolve procurá-lo. Seguindo pistas de pessoas que disseram ver um sujeito colocar o Floquinho em um saco e levá-lo, os quatro amigos acabam indo parar no meio de uma floresta, encontrando os mais variados tipos de pessoas. Nessa aventura, todos eles precisam encarar os seus medos e suas fraquezas: Magali e a comida, Cascão e a água, Cebolinha e o Sansão, Mônica e sua postura sempre forte perante às ofensas.

Eu realmente não sei se tenho condições de analisar de forma imparcial o filme tecnicamente, pois a cada referência, a cada vez que a Mônica segurava o Sansão com força e girava no ar, eu enchia os olhos de lágrimas. Mas entendo que tanto os adultos quanto as crianças fizeram um ótimo trabalho. A caracterização também está excelente, com os visuais de todos muito fieis ao que estamos acostumados a ver nos gibis. A fotografia nos remete aos anos 60, ainda que não tenha ficado claro a época em que a história se passa. Quanto às atuações, merece um destaque especial a interpretação dada por Rodrigo Santoro ao Louco, personagem que não está presente na história original, mas que já quero ver um filme só dele!

Mas, acima de tudo, “Turma da Mônica: Laços” é um filme sobre amizade. Os laços se referem aos lacinhos vermelhos que eles vão deixando na floresta para demarcarem o caminho, mas também aos laços formados entre eles na infância durante essa jornada. É impossível não se ver inebriado pela memória afetiva ao ver todas aquelas referências ganhando vida nas telonas. E a hora que aparece o Maurício de Sousa? Não tem como não se emocionar. Espero que “Turma da Mônica: Laços” seja a primeira de uma série de adaptações das histórias da turma do bairro Limoeiro para o cinema, pois foi muito, muito bom reencontrar os meus amiguinhos de infância.

Perguntas similares