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João Carlos Gandra da Silva Martins (São Paulo, 25 de junho de 1940) é um pianista e maestro brasileiro.
Filho de um português, José, nascido em 1898 em Braga, falecido em 2000, aos 102 anos, que com 10 anos já trabalhava numa gráfica mas era fascinado pelo piano.
Teve, no Liceu, aula com o maior professor de piano da época—um russo radicado no Brasil, chamado José Kliass, e venceu então o concurso da Sociedade Brito de São Petersburgo.
Em 1965, em um jogo treino da Portuguesa realizado no Central Park, Nova Iorque, ele foi convidado para integrar o time, mas teve uma queda, que perfurou seu braço direito na altura do cotovelo, atingindo o nervo ulnar, provocando atrofia em três dedos, obrigando-o a parar de tocar por um ano, tocou com dificuldade até os 30 anos.
Voltou ao Brasil e tornou-se empresário de música e boxe por 7 anos, empresariando Eder Jofre, bicampeão mundial de boxe,fonte inspiradora de sua volta triunfal ao piano.
Voltou aos palcos, com muita dificuldade, e depois de longos períodos de fisioterapia, retornando a receber criticas positivas, e aclamado pelo público.
Entretanto desenvolveu distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort), que o fez sair do palco mais de uma vez, e acabou se afastando novamente e começou sua fase de empresário ligado à política.
Não desistindo da carreira musical, fez várias adaptações para continuar tocando, de 1979 a 1985, ele gravou dez primeiras gravações da obra de Bach, de vinte e uma, mesmo com todas as sequelas.
20 de maio de 1995, em um assalto, na cidade de Sófia, Bulgária, foi golpeado na cabeça com uma barra de ferro, provocando uma sequela neurológica que comprometeu o membro superior direito,[5] teve que fazer trabalhos de reprogramação cerebral para conseguir movimentar a mão direita, voltou a tocar com as duas mãos, entretanto voltou a apresentar problemas no braço direito, e agora também na fala, teve que ser submetido a um novo procedimento cirúrgico, com isso ele grava seu último álbum com as duas mãos.
Mãos de Martins tocando em evento, São Bernardo do Campo, 2013 Entretanto, com o correr dos anos desenvolveu no membro superior saudável, o esquerdo, uma doença chamada contratura de Dupuytren, que provocada, além da própria contratura, o espessamento da fáscia palmar.
Uma vez que, devido à dificuldade de coordenação dos movimentos de seus dedos, João Carlos é incapaz de segurar a batuta ou virar as páginas das partituras dos concertos (ao menos na velocidade que seria necessária para não causar interrupções na execução da música), o maestro faz um trabalho minucioso de memorizar nota por nota.
Em maio de 2004, esteve em Londres regendo a English Chamber Orchestra, uma das maiores orquestras de câmara do mundo, numa gravação dos seis Concertos Branndenburguenses de Johann Sebastian Bach e, já em dezembro, realizou a gravação das Quatro Suítes Orquestrais de Bach com a Bachiana Chamber Orchestra.
Em fevereiro de 2004 o crítico inglês descreve na International Piano Magazine um episódio pitoresco que aconteceu na vida de João Carlos Martins, quando após um recital no Carnegie Hall, no final dos anos 60, recebeu uma recomendação de Salvador Dalí: "Diga a todos que você é o maior intérprete de Bach, algum dia vão acreditar.
Em 2007, ele, torcedor fanático da Associação Portuguesa de Desportos, toca o hino nacional brasileiro, no último jogo da temporada no estádio Dr. Oswaldo Teixeira Duarte lotado, quando a Portuguesa voltava para a série A do Campeonato Brasileiro.
Nos anos 90, ele foi proprietário da empresa Paubrasil Engenharia, que arrecadou doações de bancos e empreiteiras que financiaram ilegalmente campanhas eleitorais de Paulo Maluf para governador de São Paulo em 1990 e prefeito de São Paulo em 1992, além de vários outros candidatos a deputado federal e estadual.
Foi homenageado pela escola de samba paulistana Vai-Vai com o enredo "A Música Venceu", tendo o maestro como destaque no último carro e em alguns momentos do desfile "regendo" a bateria da agremiação.
Em 2012 ele se submeteu a uma cirurgia no cérebro para a implantação de dois eletrodos do cérebro, com um estimulador eletrônico no peito, para recuperar os movimentos da mão esquerda, atrofiada, já que estava com a distonia bem avançada, atingindo todo o braço e não abria a mão há 10 anos.
Em 2020, voltou a tocar com as duas mãos, mas dessa vez com a ajuda de uma luva biônica graças a um projeto desenvolvido em Sumaré, o fato ocorreu durante a comemoração dos 466 anos da cidade de São Paulo.
João Carlos Martins nasceu em São Paulo em 1940 e desde cedo demonstrou ter o dom da música: ganhou o primeiro concurso seis meses depois de ter ganhado um piano do pai. Aos 13, já tinha uma carreira nacional como pianista, aos 18 vieram os primeiros concertos internacionais. Aos 21, fez sua estreia no Carnegie Hall, a casa de concertos mais tradicional de Nova York. Naquele dia, o jornal The New York Times publicou que a National Symphony Orchestra, de Washington, se apresentou com um “brilhante jovem pianista brasileiro”.