15 PONTOS PF ME AJUDEM URGENTE!!! A história sem fim As paixões humanas são misteriosas, e as das crianças não o são menos que as dos adultos. As pessoas que as experimentaram não as sabem explicar, e as que nunca as viveram não as podem compreender. Há pessoas que arriscam a vida para atingir o cume de uma montanha. Ninguém é capaz de explicar por quê, nem mesmo elas. Outras arruínam-se para conquistar o coração de uma determinada pessoa que nem quer saber delas. Outras, ainda, destroem-se a si mesmas porque não são capazes de resistir aos prazeres da mesa — ou da garrafa. Outras há que arriscam tudo o que possuem num jogo de azar, ou sacrificam tudo a uma ideia fixa que nunca se pode realizar. Algumas pensam que só podem ser felizes em outro lugar que não naquele onde estão e vagueiam pelo mundo durante toda a vida. Há ainda as que não descansam enquanto não conquistam o poder. Em suma, as paixões são tão diferentes quanto o são as pessoas. A paixão de Bastian Baltasar Bux eram os livros. Quem nunca passou tardes inteiras diante de um livro, com as orelhas ardendo e o cabelo caído sobre o rosto, esquecido de tudo o que o rodeia e sem se dar conta de que está com fome ou com frio... Quem nunca se escondeu embaixo dos cobertores lendo um livro à luz de uma lanterna, depois de o pai ou a mãe ou qualquer outro adulto lhe ter apagado a luz, com o argumento bem-intencionado de que já é hora de ir para a cama, pois no dia seguinte é preciso levantar cedo... Quem nunca chorou, às escondidas ou na frente de todo mundo, lágrimas amargas porque uma história maravilhosa chegou ao fim e é preciso dizer adeus às personagens na companhia das quais se viveram tantas aventuras, que foram amadas e admiradas, pelas quais se temeu ou ansiou, e sem cuja companhia a vida parece vazia e sem sentido... Quem não conhece tudo isso por experiência própria possivelmente não poderá compreender o que Bastian fez em seguida. Olhou fixamente o título do livro e sentiu, ao mesmo tempo, arrepios de frio e uma sensação de calor. Ali estava uma coisa com a qual ele já havia sonhado muitas vezes, que tinha desejado muitas vezes desde que dele se apoderara aquela paixão secreta: uma história que nunca se acabasse! O livro dos livros! Tinha de o conseguir a qualquer custo! A qualquer custo? Isso era muito fácil de dizer! Mesmo que o livro custasse mais do que três marcos e cinquenta pfennings da sua mesada, que trazia no bolso e eram todo o dinheiro que possuía... aquele antipático Sr. Koreander já lhe tinha explicado com toda a clareza que não lhe venderia nenhum livro. E com certeza também não o daria de presente. Não havia esperanças... E, no entanto, Bastian sabia que não podia ir embora sem o livro. Percebia agora que tinha entrado na loja por causa daquele livro, que o livro o tinha atraído de alguma forma misteriosa, porque queria pertencer a ele. Porque, de fato, a ele pertencera desde sempre! Bastian escutou atentamente o murmúrio que continuava a se ouvir no gabinete. Sem se dar conta do que fazia, escondeu o livro embaixo do casaco e apertou-o contra o corpo com ambos os braços. Sem fazer barulho, recuou até à porta da loja, olhando sempre para a outra porta, a do gabinete. Ergueu o trinco com cuidado. Não queria que os sininhos de latão fizessem barulho, por isso entreabriu a porta de vidro só o necessário para escapulir para a rua. Fechou a porta com cuidado pelo lado de fora, sem fazer barulho. Só então começou a correr. Os cadernos, os livros da escola e o estojo que estavam dentro da pasta saltavam e faziam barulho ao ritmo de seus passos. Começou a sentir uma pontada do lado, mas continuou a correr. A chuva escorria-lhe pelo rosto e entrava-lhe pelo pescoço. O frio e a umidade passavam pelo casaco, mas Bastian nem o notava. Sentia calor, e não era só de correr. A sua consciência, que não tinha dado sinal de vida enquanto ele estava na loja, começava a despertar. Todas as justificativas que antes lhe tinham parecido tão convincentes perdiam agora o seu valor, derretiam-se agora como bonecos de neve ao sopro de um dragão que lança chamas pela boca. Tinha roubado! Era um ladrão! O que fizera era ainda pior do que um simples roubo. Sem dúvida aquele livro era único e insubstituível. Fora, certamente, o maior tesouro do Sr. Koreander. Roubar a um violinista o seu violino ou a um rei a sua coroa era muito pior do que assaltar um banco. Enquanto corria, mantinha o livro bem apertado contra o corpo, por baixo do casaco. Não o queria perder, apesar do muito que lhe ia custar. Era tudo o que tinha no mundo. Para contar o roubo do livro, o autor cria um pequeno suspense. a) Em qual parágrafo do texto o narrador faz uma primeira sugestão, provocando a suspeita de que Bastian cometerá o roubo? Explique por que esse parágrafo pode provocar essa suspeita. b) Em quais parágrafos o roubo se efetiva? c) Explique a estratégia narrativa usada pelo autor para criar o pequeno suspense.
Respostas
respondido por:
6
Resposta:c) para da atenção na história
B)no terceiro
A) porque o autor falar.
Explicação:
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