A busca pelo corpo perfeito, aquele que se encaixa nos padrões de beleza impostos pela
sociedade, pode ser vista diariamente em clínicas, academias ou em rodas de bate-papo sobre aquele
último regime “milagroso”.
Esta obsessão pela imagem leva as pessoas a estabelecerem metas, muitas vezes irreais e
descompassadas, sem medirem sacrifícios nem consequências. Assim, sentir-se bem com o próprio
corpo fica difícil em meio a uma ditadura da estética, que incentiva o uso de drogas, incompatíveis
exercícios físicos ou cirurgias plásticas. Neste vale-tudo, preservar a saúde física e emocional fica
para depois.
É inegável a importância de exercícios físicos e de uma boa alimentação, em qualquer faixa
etária, para o próprio bem-estar físico e mental. Porém, o que se observa hoje, é que este bem-estar
está associado apenas a um padrão de beleza igual ao da(o) modelo da capa de revista, uma vez que
este corpo ideal, na fantasia do indivíduo, irá lhe trazer sucesso.
É também através da imagem corporal que se cria a identidade pessoal. A imagem que a
pessoa tem de si é formada por três pilares: a imagem idealizada ou aquela que se deseja ter; a imagem
que o outro tem sobre ela; e, por fim, a imagem objetiva, aquela em que a pessoa vê e sente o próprio
corpo. Só que a visão real e equilibrada de si, não é aquela que sempre ocorre, daí a cobrança interna
para mudar o corpo.
Associar barriga negativa, ou muitos quilos a menos, à felicidade, gera frustração e problemas
psicológicos como, a bulimia, pra citar um deles, um transtorno alimentar que leva a pessoa a
provocar vômitos ou usar laxantes continuamente para não ganhar peso e ter um corpo esbelto, de
preferência em curto prazo.
Esta busca pela beleza, de acordo com a imagem idealizada, torna algumas pessoas com
ideias fixas e até mesmo doentias, levando-as ao exagero de submeter-se a uma cirurgia plástica para
corrigir uma imperfeição que só ela vê e que, segunda ela, seria a responsável pela sua infelicidade
ou insucesso em algo.
Mas a questão é outra e é isso que cada um deve refletir. A mudança não está na reconstrução
da imagem física e sim na forma como a pessoa se vê, se percebe. Isto está atrelado a sua autoestima,
o que repercute em seu comportamento e nas suas relações sociais. É importante saber diferenciar
isso tudo para não projetar seus insucessos afetivos, sociais ou profissionais nos aspectos físicos.
Compreender como se processa esta dinâmica interna nos transforma em sujeitos que
respeitam a própria individualidade e as diferenças, possibilitando encantar-se com a forma de ser de
cada um.
O belo, sem dúvida, é algo que nos atrai, mas apenas inicialmente. O que nos mantém
fascinados é a admiração que temos pelo outro, fruto da maneira como expressa a sua determinação,
a sua atitude e seus valores.
ATIVIDADE 02 - Em nenhuma outra época o corpo magro adquiriu um sentido de corpo ideal
e esteve tão em evidência como nos dias atuais: esse corpo, nu ou vestido, exposto em diversas
revistas femininas e masculinas, está na moda: é capa de revistas, matérias de jornais, manchetes
publicitárias, e se transformou em sonho de consumo para milhares de pessoas. Partindo dessa
concepção, o gordo passa a ter um corpo visivelmente sem comedimento, sem saúde, um corpo
estigmatizado pelo desvio, o desvio pelo excesso. Entretanto, como afirma a escritora Marylin
Wann, é perfeitamente possível ser gordo e saudável. Frequentemente os gordos adoecem não
por causa da gordura, mas sim pelo estresse, pela opressão a que são submetidos.
VASCONCELOS, N.A; SUDO, I; SUDO, N; Um peso na alma: o corpo gordo e a mídia.
Revista Mal-Estar e Subjetividade. N. 1, mar 2004 (adaptado)
No texto, o tratamento predominante na mídia sobre a relação entre saúde e corpo recebe aseguinte crítica:
a) Difusão das estéticas antigas.
b)Exaltação das crendices populares.
c) Propagação das conclusões científicas.
d) Reiteração dos discursos hegemônicos.
e) Contestação dos estereótipos consolidados.
barcelosperesanaluiz:
Me ajudem por favor
Respostas
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6
Resposta: Gabarito: E
Explicação:
Resolução:
A maneira como a mídia trata a relação entre saúde e corpo é, muitas vezes, estereotipada. O corpo magro é enaltecido em detrimento do corpo gordo, visto como sinal de falta de saúde ou comedimento, um corpo estigmatizado pelo desvio. No entanto, essa representação cultural é contrariada no texto, o qual aponta que é perfeitamente possível ser uma pessoa gorda e saudável e, por isso, sugere uma crítica: a contestação dos
estereótipos consolidados.
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