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Alguns conteúdos do Ensino Médio dependem exclusivamente da memorização ou, como muitos a conhecem, da decoreba. Os nomes, formatos e funções das organelas citoplasmáticas são alguns desses conteúdos. A professora Vivian Rubert, do Colégio Anglo Sorocaba (SP) propôs uma atividade para “conquistar pelo estômago” a atenção dos estudantes: a construção de células comestíveis.
Aprender ou decorar?
As organelas citoplasmáticas são um bom exemplo para pensarmos sobre a decoreba. É possível aprender nomes, formas e funções ou esse é um conteúdo que apenas memorizamos para responder questões? Segundo a Prof. Vivian, isso é um problema:
“Muitas questões e atividades exigem apenas que se relacione nomes às formas ou funções das organelas. Dessa forma, trata-se de um conteúdo que os estudantes tendem a entender como ‘decoreba necessária’.”
Para neurologistas como Ivan Izquierdo, do Instituto do Cérebro (InsCer – PUCRS), decorar é a única forma aprender alguns conteúdos, mesmo sendo uma técnica desprezada. Já autores como o sociólogo Simon Schwartzman, afirmam que existem saídas mais criativas que, com base científica, permitem um aprendizado mais eficiente e perene. Críticos e defensores da decoreba, todavia, concordam em ressaltar a problemática de propostas educativas que se limitem à memorização de conteúdos descolados da realidade da vida dos estudantes.
Tentando evitar esse rótulo de conteúdo decoreba, a proposta da professora Vivian foi criar uma aula diferenciada, envolvendo o conteúdos das organelas citoplasmáticas de afetividade e descontração. Para isso, solicitou que os estudantes construíssem Células Comestíveis.
Células Comestíveis: despertando o interesse pelas organelas citoplasmáticas
A proposta foi composta de três etapas: primeiro uma aula teórica, apresentando as organelas citoplasmáticas. Em seguida, os estudantes empreenderam uma pesquisa de alimentos que tivessem formatos semelhantes aos das organelas apresentadas em sala de aula. A última etapa foi montar a estrutura das células comestíveis e apresentar para os colegas de classe.
A professora Vivian conta que deixou o formato livre. Os estudantes poderiam escolher que tipo de célula fariam e deveriam buscar elementos para a composição: biscoitos, gelatina, frutas, sementes, confeitos e outros tipos de alimentos foram usados pelos estudantes.
Tortas, gelatinas e pizzas: ciência comestível que gera resultado
células comestíveis
A parte final do trabalho foi a apresentação dos projetos para os colegas da classe. O momento, além de ser descontraído, proporcionou um espaço de confraternização importante para os estudantes.
“Eles buscaram componentes que tivessem formas bem parecidas com as das organelas. O resultado ficou muito melhor do que eu esperava. Percebi que se divertiram fazendo a atividade. Acho isso tão importante para a aprendizagem quanto a apresentação do conteúdo.” (Prof. Vivian)
Além disso, Vivian percebeu que uma melhora significativa no aprendizado. Quando esse conteúdo foi cobrado em simulados e outras avaliações, seus estudantes tiveram um desempenho muito satisfatório. Segundo a professora, a proposta tinha por objetivo trabalhar a competência C4 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias a partir da leitura e interpretação de imagens. Assim, pretendia que os estudantes fossem capazes de reconhecer e identificar características das organelas citoplasmáticas relacionando essas características às funções que exercem na vida dos seres humanos.
Resumo do conteúdo em vídeo
Técnicas como frases mnemônicas, músicas e outras estratégias são amplamente empregadas para garantir a memorização. Outras estratégias, como a da Prof. Vivian permitem dinamizar a relação dos estudantes com conteúdos difíceis ou repetitivos. Os vídeos online são outro bom exemplo de estratégia com essa finalidade.
Para os estudantes que estão se preparando para as provas do Enem do próximo domingo, por exemplo, o Prof. Jubilut preparou um resumo sobre as organelas citoplasmáticas que vale a pena conferir.
Se quiser conhecer melhor o impacto dos conteúdos de vídeo na Educação, baixe nosso infográfico clicando na imagem abaixo.
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