"Para onde é preciso viajar. - A observação imediata de si está longe de ser suficiente para aprender a se conhecer: precisamos de história, pois o passado continua a correr em nós em cem ondas; nós próprios nada somos senão aquilo que sentimos dessa correnteza a cada instante. Até mesmo aqui, se quisermos entrar no rio de nosso ser aparentemente mais próprio e mais pessoal, vale a proposição de Heráclito: não se entra duas vezes no mesmo rio. - Essa é uma sabedoria que pouco a pouco se tornou amanhecida, mas apesar disso permanece tão forte e substanciosa quanto era outrora: assim com aquela, segundo a qual, para entender história, é preciso ir á procura dos resíduos vivos de épocas históricas - segundo a qual é preciso viajar, como o velho pai Heródoto viajava, visitar nações - , estas são, aliás, somente graus de civilização mais antigos, solidificados, sobre os quais se pode estar - visitar, em especial, as assim chamadas populações selvagens e semi-selvagens, ali onde o homem despiu a roupa de Europa ou ainda não a vestiu. Ora, há ainda, porém, uma arte e um propósito e viajar mais refinados, que nem sempre fazem necessário andar de lugar em lugar e percorrer milhares de milhas. Muito provavelmente sobrevivem ainda os últimos três séculos, em todas as suas colorações e refrações culturais, em nossa vizinhança: querem apenas ser descobertos. Em muitas famílias, e mesmo em homens isolados , as camadas jazem ainda nítidas e visíveis umas sobre as outras: outras vezes há anfractuosidades da rocha mais difíceis de entender." (Nietzsche).
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