Preciso de um resumo ou um relato de Ocidente e Oriente: Uma invenção européia.
me ajudem pfv é urgente para amanhã!
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RELAÇÕES ENTRE ORIENTE E OCIDENTE (SÉC. XIII-XVII):
MERCADORES, MISSIONÁRIOS E HOMENS DE ARMAS
ANDRÉA DORÉ*
O título deste artigo é tão pretensioso quanto irreal: falar das
relações entre as duas partes do globo durante quatro séculos. Além
disso, é incompleto, porque seria preciso falar aqui tanto de mercadores,
missionários e homens de armas, quanto de diplomatas e aventureiros,
mulheres e burocratas, escravos e cosmógrafos. A intenção, ao fim,
limita-se a apontar algumas possibilidades de estudo e indicar algumas
abordagens metodológicas nesse sentido.
Podem-se dividir essas relações em três momentos, por meio dos
quais se pode pensar que o conhecimento recíproco entre essas regiões
se dá em ondas, ou seja, períodos de menor ou maior conhecimento, e
em cada um deles há permanências e superações de concepções,
crenças e interesses anteriores.
1 – ORIENTE E OCIDENTE COMO CONSTRUÇÕES
Assim como há uma periodização histórica que corresponde à
trajetória vivida no Ocidente – os grandes acontecimentos nos quais se
baseia essa periodização tiveram impacto na Europa, inicialmente1
–, o
espaço que se chama Oriente também não é uma categoria facilmente
reconhecida fora do Ocidente. Um crítico bastante importante do
orientalismo considerado como área cultural, autor engajado no
movimento pós-colonialista, Edward Saïd, propôs, em 1978, sob
influência dos estudos de Michel Foucault, uma longa análise das
*
Professora do Departamento de História e do Programa de Pós-graduação em História
da Universidade Federal do Paraná e integrante do Centro de Documentação de História
dos Domínios Portugueses (CEDOPE).
Basta lembrar, por exemplo, que Teotónio de Souza intitula seu livro Goa medieval e
trata do século XVII, afirmando ainda que “o período medieval da história de Goa não teria
acabado até ao final da presença colonial portuguesa naquele território, não fosse a
ocupação militar de Goa pelo regime britânico da Índia nos inícios do século XIX”