• Matéria: Português
  • Autor: emillyresende077
  • Perguntado 6 anos atrás

Leitura do cordel: E Tudo Vem a Ser Nada - Silvino Pirauá.
► Sobre a leitura do cordel, produza um comentário síntese buscando descrever o seu
entendimento da história.​


lufrancavianaooo: eu precisava do cordel (ft) gt

Respostas

respondido por: lufrancavianaooo
2

Resposta:

achei! ele diz que tudo do mundo cotidiano e uma ilusão

Explicação:

E Tudo Vem a Ser Nada

Silvino Pirauá

Tanta riqueza inserida

Por tanta gente orgulhosa

Se julgando poderosa

No curto espaço da vida

Oh! que idéia perdida

Oh! que mente tão errada

Dessa gente que enlevada

Nessa fingida grandeza

Junta montões de riqueza

E tudo vem a ser nada

Vemos um rico pomposo

Afetando gravidade

Ali só reina bondade

Nesse mortal orgulhoso

Quer se fazer caprichoso

Vive de venta inchada

Sua cara empantufada

Só apresenta denodos

Tem esses inchaços todos

E tudo vem a ser nada

Trabalha o homem, peleja

Mesmo a ponto de morrer

É somente para ter

Que ele se esmoreja

Às vezes chove troveja

E ele nessa enredada

Alguns se põem na estrada

À lama, ao sol ao chuveiro

Ajuntam muito dinheiro

E tudo vem a ser nada

Temos palácios pomposos

Dos grandes imperadores

Ministros e senadores

E mais vultos majestosos

Temos papas virtuosos

De uma vida regrada

Temos também a espada

De soberbos generais

Comandantes, marechais

E tudo vem a ser nada

Honra, grandeza, brazões

Entusiasmos, bondades

São completas vaidades

São perfeitas ilusões

Argumentos, discussões

Algazarra, palavrada

Sinagoga, caçoada

Murmúrios, tricas, censura

Muito tem a criatura

E tudo vem a ser nada

Vai tudo numa carreira

Envelhece a mocidade

A avareza e a vaidade

E quer queira ou não queira

Tudo se torna em poeira

Cá nesta vida cansada

É uma lei promulgada

Que vem pela mão divina

O dever assim destina

E tudo vem a ser nada

Formosuras e ilusões

Passatempos e prazeres

Mandatos, altos poderes

De distintos figurões

Cantilenas de salões

E festa engalanada

Virgem donzela enfeitada

No goso de namorar

Mancebos a flautear

E tudo vem a ser nada

Lascivas, depravações

Na imoral petulância

São enlevos da infância

São infames corrupções

São fingidas seduções

Que faz a dama enfeitada

Influi-se a rapaziada

Velhos também de permeio

E vivem nesse paleio

E tudo vem a ser nada

Bailes, teatros, festins

Comédia, drama, assembléia

Clube, liceu, epopéia

Todos aguardam seus fins

Flores, relvas e jardins

Festas com grande zuada

Oiteiro e campinada

Frondam copam e florescem

Brilha, luzem, resplandecem

E tudo vem a ser nada

O homem se julga honrado

Repleto de garantia

De brasões e fidalguia

É ele considerado

Mas quanto está enganado

Nesta ilusória pousada

Cá nesta breve morada

Não vemos nada imortal

Temos um ponto final

E tudo vem a ser nada

Tudo quanto se divisa

Neste cruento torrão

As árvores, a criação

Tudo enfim se finaliza

Até mesmo a própria brisa

Soprando a terra escarpada

Com força descompassada

Se transformando em tufão

Deita pau rola no chão

E tudo vem a ser nada

Infindo só temos Deus

Senhor de toda grandeza

Dos céus e da natureza

De todos os mundos seus

Do Brasil, dos Europeus

Da terra toda englobada

Até mesmo da manada

Que vemos no arrebol

Nuvem, lua estrela e sol

Tudo mais vem a ser nada.

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