• Matéria: Português
  • Autor: Anjiih1
  • Perguntado 6 anos atrás

(Uece-adaptada) — *Gestos amorosos* Dei-me conta de que estava velho cerca de 25 anos atrás. Já contei o ocorrido várias vezes, mas vou contá-lo novamente. Era uma tarde em São Paulo. Tomei um metrô. Estava cheio. Segurei-me num balaústre sem problemas. Eu não tinha dificuldades de locomoção. Comecei a fazer algo que me dá prazer: ler o rosto das pessoas Os rostos são objetos oníricos: fazem sonhar. Muitas crônicas já foram escritas provocadas por um rosto – até mesmo o nosso – refletido no espelho. Estava eu entregue a esse exercício literário quando, ao passar de um livro para outro, isto é, de um rosto para outro, defrontei-me com uma jovem assentada que estava fazendo comigo aquilo que eu estava fazendo com os outros. Ela me olhava com um rosto calmo e não desviou o olhar quando os seus olhos se encontraram com os meus. Prova de que ela me achava bonito. Sorri para ela, ela sorriu para mim... Logo o sonho sugeriu uma crônica: “Professor da Unicamp se encontra, num vagão de metrô, com uma jovem que seria o amor de sua vida...” Foi então que ela me fez um gesto amoroso: ela se levantou e me ofereceu o seu lugar... Maldita delicadeza! O seu gesto amoroso me humilhou e perfurou o meu coração... E eu não tive alternativas. Como rejeitar gesto tão delicado! Remoendo-me de raiva e sorrindo, assentei-me no lugar que ela deixara para mim. Sim, sim, ela me achara bonito. Tão bonito quanto o seu avô... Aconteceu faz mais ou menos um mês. Era a festa de aniversário de minha nora. Muitos amigos, casais jovens, segundo minha maneira de avaliar a idade. Eu estava assentado numa cadeira num jardim observando de longe. Nesse momento chegou um jovem casal amigo. Quando a mulher jovem e bonita me viu, veio em minha direção para me cumprimentar. Fiz um gesto de levantar-me. Mas ela, delicadíssima, me disse: “Não, fique assentadinho aí...” Se ela me tivesse dito simplesmente “Não é preciso levantar”, eu não teria me perturbado. Mas o fio da navalha estava precisamente na palavra “assentadinho”. Se eu fosse moço, ela não teria dito “assentadinho”. Foi justamente essa palavra que me obrigou a levantar para provar que eu era ainda capaz de levantar-me e assentar-me. Fiquei com dó dela porque eu, no meio de uma risada, disse-lhe que ela acabava de dar-me uma punhalada... [...] Vem depois as grosserias a que nós, os velhos, somos submetidos nas salas de espera dos aeroportos. Pra começar, não entendo por que “velho” é politicamente incorreto. “Idoso” é palavra de fila de banco e de fila de supermercado; “velho”, ao contrário, pertence ao universo da poesia. Já imaginaram se o Hemingway tivesse dado ao seu livro clássico o nome de “O idoso e o mar”? Já imaginaram um casal de cabelos brancos, o marido chamando a mulher de “minha idosa querida”? Os alto-falantes nos aeroportos convocam as crianças, as gestantes, as pessoas com dificuldades de locomoção e a “melhor idade”... Alguém acredita nisso? Os velhos não acreditam. Então essa expressão “melhor idade” só pode ser g0z4ção. Assinale a alternativa correta a respeito da crônica "Gestos Amorosos". A- Narra situações fictícias vividas por personagens que são idosos. B- Apresenta opinião e crítica sobre comportamento do idoso diante das pessoas. C- Expõe, de forma engraçada e singela, situações vividas pelo cronista. D- Deixa evidente que, atualmente, as pessoas são bastantes bondosas. Espero que vocês me ajudem!

Respostas

respondido por: bibysouza2006p8j8hn
14

Resposta:

alternativa B

Explicação:

A opção em que a função metalinguística NÃO se revela está na alternativa B.

A função metalinguística ocorre quando um texto faz referência ao próprio conteúdo presente no texto. Ou seja, quando uma linguagem se refere à própria linguagem, como um livro fala de outro livro, um filme fala de outro filme, uma música fala de outra música.


Anjiih1: Obrigadaaaaa!
respondido por: allangoklamt
3

Resposta: ola A resposta é a b pois não se releva

Explicação:

Espero ter ajudado e bons estudos

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