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Pensar nos conceitos de cidadania e democracia significa remeter-se a um contexto histórico-cultural específico: a Antiguidade Grega. A história da filosofia antiga se confunde com o estabelecimento do vínculo entre cidadania e democracia. Como se sabe, é consenso entre historiadores que a filosofia surgiu ao redor do século VI a.C, e segundo Aristóteles, com Tales de Mileto, considerado por ele como o primeiro filósofo. A partir dali se iniciou a passagem de um tipo de pensamento e explicação de mundo baseados nos mitos para o tipo filosófico científico, estruturado em pressupostos racionais.
Na Grécia aquele momento fértil para o pensamento coincidiu, por outro lado, com um período de decadência da civilização micênico-cretense, que era estruturada numa monarquia divina, sendo a classe sacerdotal dotada de grande poder e influência. A situação política a partir de 900 a.C, com a invasão da Grécia pelas tribos dóricas, foi marcada pelo surgimento das cidades-Estado, modelo que previa uma efetiva participação política dos cidadãos. O aparecimento da polis foi preponderante para as primeiras investigações filosóficas sobre o mundo natural, característica dos filósofos pré-socráticos, que buscavam a arché em elementos da natureza. A essa altura, com a crescente secularização da sociedade grega, os mitos deixavam de ser o eixo central das explicações sobre o mundo.