8. Chamamos de reflexão: *
10 pontos
A explicação que o homem primitivo dava aos fatos, visando desvendar os
fenômenos da natureza;
A concentração que o individuo faz sobre os seus próprios conhecimentos para
atingir a verdade das coisas
As explicações fantásticas da realidade que deram origem aos mitos.
Respostas
Resposta:
Mas e quanto aos nossos dias? Por acaso não existem mais mitos? O pensamento filosófico e científico, que tiveram início com os primeiros filósofos, na Grécia do século 6 a.C., teriam ocupado todo o lugar do conhecimento e condenado à morte o modo mítico de nos situarmos no mundo?
Essa é a posição defendida por Augusto Comte, filósofo francês do século 19, fundador de uma corrente filosófica chamada positivismo. As ideias positivistas explicam a evolução da espécie humana em três fases: a mítica (religiosa), a filosófica (metafísica) e a científica. Esta última seria o ápice do desenvolvimento humano e não só é considerada superior às outras, como também seria a única válida para se chegar à verdade.
Além da razão
Porém, ao opor a razão ao mito, o positivismo empobrece a realidade humana. O homem moderno, tanto quanto o antigo, não é constituído só de razão, mas também de afetividade e emoção. Se a ciência é importante e necessária à nossa construção de mundo, por outro lado ela não oferece a única interpretação válida do real.
Negar o mito é negar uma das formas fundamentais da existência humana. O mito é a primeira forma de dar significado ao mundo: fundamentada no anseio de segurança, a imaginação cria histórias que nos tranquilizam, que são exemplares e nos orientam no dia-a-dia.
Os super-heróis e os salvadores da pátria
Na verdade, independentemente de nosso desenvolvimento intelectual, o mito continua a nos acompanhar. Sua função de criar narrativas mágicas subsiste, por exemplo, na arte e permeia a nossa vida diária.
Atualmente, os meios de comunicação de massa trabalham os desejos e anseios que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva. Os super-heróis dos desenhos animados e das histórias em quadrinhos, por exemplo, encarnam o Bem e a Justiça e assumem a nossa proteção imaginária, exatamente por que o mundo moderno, com todos os seus problemas, especialmente nos grandes centros urbanos, revela-se cada vez mais um lugar extremamente inseguro.
Da mesma maneira, no plano político, certas figuras procuram se transformar em heróis populares, dizendo lutar contra as injustiças sociais e os privilégios. Também artistas e esportistas podem ser transformados em modelos de existência: são fortes, saudáveis, bem alimentados, etc. Até as telenovelas, ao trabalhar a luta entre o Bem e o Mal, estão lidando com valores míticos, pré-reflexivos, que se encontram dentro de todos nós.
Além de mitos, o mundo moderno também tem seus rituais. Afinal, as festas de formatura, de Ano Novo, os trotes dos calouros, os bailes de quinze anos, não são em tudo semelhantes aos antigos rituais de passagem das velhas tribos e clãs?