Texto: O pessoal. Chega o velho carteiro e me deixa uma carta. Quando se vai afastando eu o chamo: a carta não é para mim. Aqui não mora ninguém com este nome, explico-lhe. Ele guarda o envelope e coça a cabeça um instante, pensativo:--O senhor pode me dizer uma coisa? Por que é que agora há tanta carta com endereço errado? Antigamente isso acontecia uma vez ou outra. Agora, não sei o que houve...E abana a cabeça, em um gesto de censura para a humanidade que não se encontra mais, que envia mensagens inúteis para endereços errados. Sugiro-lhe que a cidade cresce muito depressa, que há edifícios onde havia casinhas, as pessoas se mudam mais que antigamente. Ele passa o lenço pela testa suada:--É, isso é verdade...Mas reparando bem o senhor vê que o pessoal anda muito desorientado. O pessoal anda muito desorientado...E se foi com seu maço de cartas, abanando a cabeça. Fiquei na janela, olhando a rua à toa numa tristeza indefinível. Um amigo me telefona, pergunta como vão as coisas. E não consigo resistir:--Vão bem, mas o pessoal anda muito desorientado. Rubem Braga. Um trecho desse texto que comprova que o narrador é personagem da história é:
5 pontos
( a ) Ele guarda o envelope e coça a cabeça.
( b ) O senhor pode me dizer uma coisa
( c ) Antigamente isso acontecia uma vez ou outra.
( d ) Sugiro-lhe que a cidade cresce muito depressa.
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D é a alternativa correta
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