Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra, um desvio, era uma seção que terminava em torneira. Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante. No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Ficou na torneira, à espera que abrissem. Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, ao olhá-lo interessada. Ela gritou: “Mamãe, tem um homem dentro da pia.” Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo esgoto. ( Ignácio de Loyola Brandão ). 1) O conto inicia com a apresentação de um fato bastante incomum. É correto afirmar que tal fato caracteriza a narrativa como sendo fantástica?
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sim pode se afirmar que isto caracteriza o texto como fantástica, pois quem é que vai entrar pelo cano, não é mesmo?
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