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Tupis
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Disambig grey.svg Nota: Para o tronco linguístico, veja Macro-tupi. Para a língua falada pelos tupis, veja Língua tupi. Para outros significados, veja Tupi.
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O termo "tupis" possui dois sentidos: um genérico e outro específico. O sentido genérico do termo remete aos indígenas que habitavam a costa brasileira no Século XVI e que falavam a língua tupi antiga. O sentido específico do termo remete aos índios que habitavam a região da atual cidade de São Vicente, na mesma época.[1]
Tupis
Homtupinamba.jpg
População total
Regiões com população significativa
litoral do Brasil
Línguas
tupi antigo
Religiões
História
Origem
Distribuição dos grupos indígenas na costa do Brasil no século XVI. A maior parte deles (mas não todos) eram do grupo tupi.
Estudos demonstram que os tupis teriam habitado originalmente os vales dos rios Madeira e Xingu, que são afluentes da margem meridional do rio Amazonas.[2] Estas tribos, que sempre foram nômades, teriam iniciado uma migração em direção à foz do rio Amazonas e, de lá, pelo litoral para o sul. Supõe-se que esta migração, que teria também ocorrido pelo continente adentro no sentido norte-sul, tenha principiado no início da era cristã.[2]
Numa hipótese alternativa, o folclorista Luís da Câmara Cascudo aponta a região dos rios Paraguai e Paraná como o centro original da dispersão dos tupis-guaranis (incluindo os povos guaranis junto com os tupis).[3]
Alguns autores suspeitam que, nesta trajetória, os tupis tenham enfrentado os tupinambás, que já habitariam o litoral; outros sustentam que apenas se tratava de levas sucessivas do mesmo povo, os posteriores encontrando os anteriores já estabelecidos. Certo é que, nesse processo, as tribos tupis derrotaram as tribos tapuias que já habitavam o litoral brasileiro, expulsando-as, então, para o interior do continente, por volta do ano 1000.[2]
Encontro com os europeus
Quando os navegadores europeus começaram a frequentar a costa brasileira, no século XVI, passaram a estabelecer relações de comércio com os tupis que a habitavam. Alguns grupos tupis, como os tabajaras, os tupiniquins e os temiminós, se aliaram aos portugueses.[2] Outros, como os tamoios, caetés e potiguares, se aliaram aos franceses. Isto valeu, aos tamoios, sua aniquilação quase total por parte dos portugueses. O conflito passou à história como Confederação dos Tamoios. Em 1574, o último foco de resistência tamoia em Cabo Frio, no atual estado do Rio de Janeiro, foi vencido pelos portugueses com um número incalculável de mortos e com a captura de cerca de 10 000 escravos nativos americanos. O confronto com os portugueses também foi funesto para os caetés, que foram totalmente escravizados pelos portugueses.[2]
Houve uma grande miscigenação entre tupis e europeus. Muitos dos bandeirantes paulistas do século XVII, por exemplo, andavam descalços e mal sabiam falar a língua portuguesa, preferindo utilizar a língua tupi.[4] A mestiçagem física e cultural entre tupis e portugueses gerou as culturas cabocla, caipira .[5]
Atualmente
Até hoje, existem, em locais de difícil acesso na Serra do Mar dos estados do Espírito Santo e Bahia, poucos grupos indígenas que se autodenomina tupinambás (vide Tupinambá de Olivença) e tupiniquins. Eles já não falam a sua língua original tupi e somam uns 3 000 indivíduos atualmente.