Fale sobre a importância de frei caneca e pq houve está revolução em Pernambuco e destaque dois aspectos a confederação do Equador
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Para compreender a importância da Confederação do Equador, é necessário relembrar um pouco do contexto de instituição do império no Brasil. Você deve lembrar que, após a Independência do Brasil, decretada pelo príncipe D. Pedro em 1822, deu-se início ao processo de construção das instituições imperiais que tornaram D. Pedro imperador do Brasil. Foi convocada, então, uma Assembleia Constituinte para erguer um modelo de império em que os poderes estivessem equilibrados.
Entretanto, em 1824, D. Pedro dissolveu a Constituinte e delegou a um Conselho de Estado a elaboração de uma Constituição, que foi outorgada por ele sem qualquer interferência de outros poderes ou representantes legais. Um dos elementos da Constituição, o Poder Moderador, inspirado nas ideias do intelectual francês Benjamin Constant, despertava especial antipatia dos opositores. Esse gesto de feições autoritárias acabou por inflamar os ânimos de facções políticas distantes da corte que, desde a época de D. João VI, queriam romper com o poder político central. Foi o caso de Pernanbuco
Em 1817, rompeu em Pernambuco a chamada Revolução Pernambucana, que defendia ideias separatistas e reivindicava a independência de Pernambuco e a instituição de um regime republicano. Um dos participantes dessa revolta de 1817 foi Frei Caneca. Pois bem, em 1824, o mesmo Frei Caneca, agrupado com outros líderes pernambucanos, como Cipriano Barata, começou a posicionar-se de forma ferrenha contra as medidas autoritárias de D. Pedro I.
Associaram-se aos dois nomes citados acima outros líderes de Pernambuco, como os Andradas, que antes apoiavam o Império e o círculo de burocratas. Os Andradas valeram-se do jornal O Tamoio para desferir suas críticas contra o imperador e disseminar novas ideias políticas. Cipriano Barata e Frei Caneca valeram-se dos jornais Sentinela da Liberdade e Tífis Pernambucano, respectivamente, para atacar o Império.
Cipriano foi preso e conduzido ao Rio de Janeiro, enquanto Frei Caneca continuou inflamando as páginas dos jornais com sua retórica. O estopim para a proclamação da Confederação do Equador, contudo, veio com a nomeação de um governador para a Província de Pernambuco que representava tudo o que os insurgentes repudiavam. O líder da revolta, Manuel de Carvalho, proclamou, então, a Confederação no dia 02 de julho de 1824.
A Confederação do Equador deveria reunir sob forma federativa e republicana, além de Pernambuco, as províncias do Paraíba, Rio Grande, Ceará e, possivelmente, o Piauí e o Pará. O levante teve conteúdo acentuadamente urbano e popular, diferenciando-se da ampla frente regional, com a liderança de proprietários rurais e alguns comerciantes, que caracterizara a Revolução de 1817.
A Confederação, apesar de ter amplo lastro, principalmente em Pernambuco, não resistiu por muito tempo, haja vista que não havia poderio militar para combater as forças imperiais. Seus líderes acabaram mortos na forca, com exceção de Frei Caneca, que foi fuzilado pois o carrasco encarregado de aplicar-lhe a forca recusou-se a fazê-lo em um homem dedicado à Igreja.