• Matéria: ENEM
  • Autor: paulinoviana012
  • Perguntado 5 anos atrás

Quais os efeitos positivos e negativos da Pandemia sobre o Meio Ambiente.

Respostas

respondido por: lulu121342
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Resposta:

Em fevereiro de 2020, o mundo parou por causa do novo coronavírus SARS-CoV-2 e da doença que ele provoca, a COVID-19, que até o fechamento desta matéria já havia ceifado a vida de mais de 72 mil pessoas no Brasil. O vírus chegou em onda e foi tomando a Terra de assalto.

Três Conselheiros do CRBio-02 – Cristina Nassar, Christiane Leal Corrêa e Anderson Mendes Augusto – se unem para abordar a inter-relação do SARS-CoV-2 com o meio ambiente.

Integrantes da Organização Americana de Saúde (Opas), braço regional nas Américas da Organização Mundial de Saúde (OMS), dizem que o pico da epidemia no Brasil deve acontecer em agosto, quando o país talvez registre mais de 80 mil mortes. Para conter a letalidade da doença, em praticamente todos os países do mundo, foi promovido o afastamento social, com objetivo de diminuir a disseminação do vírus.

A suspensão de grande parte das atividades humanas reduziu significativamente os níveis de poluição do ar. Imagens de satélites demonstraram uma queda considerável nos níveis de dióxido de nitrogênio (NO2) e das emissões de dióxido de carbono (CO2). Só na China as emissões caíram cerca de 25%, de acordo com o site Carbon Brief.

Mas tais mudanças são apenas temporárias, circunstanciais, como diz a Conselheira do CRBio-02, Cristina Nassar (12.653/02-D), coordenadora do Programa de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Quando tudo isso passar – e vai passar – a produção irá voltar com força total, em uma tentativa de recuperação econômica. Não me espantaria que, pontualmente, a poluição se elevasse a níveis maiores que os de antes da pandemia”, afirma.

A Bióloga ressalta que, se estamos falando de redução da produção humana, os impactos positivos não se restringem apenas à diminuição da poluição atmosférica. “Imagine que, com menos pessoas ativas, ocorre uma diminuição do desmatamento, da caça e pesca predatórias, do uso de agrotóxicos, da poluição de corpos d’água, etc. Mas é assim que queremos melhorar nosso meio ambiente? Acredito fortemente que não! Menos atividade humana, significa menos produção de alimentos, fármacos, tecnologia, inovação e tantas outras coisas que necessitamos”.

“Por outro lado – continua a Bióloga Cristina -, pessoas inescrupulosas podem ver esse momento de distanciamento social como uma oportunidade de burlar a fiscalização e causar danos irreparáveis ao meio ambiente, como temos visto os noticiários sobre queimadas em unidades de conservação e invasão de terras indígenas”.

Para Cristina, a espécie humana tem um impacto no planeta, bom ou ruim, que nenhuma outra tem. “Nós possuímos a capacidade de atuar nos mais remotos cantos da Terra. No entanto, apesar de muitas vezes vermos o ambiente como algo a ser explorado por nós, em detrimento de outras espécies, os humanos são mais um elo na teia trófica que integra os organismos vivos que interagem em nosso mundo. Como muitos dizem: ‘Nós precisamos do planeta, mas ele não precisa de nós'”.

Cristina acha surpreendente como o planeta poderia dar conta da ausência do ser humano, obviamente, com grandes mudanças: “Sem o homem, em poucos dias não haverá energia. Quem irá operar as hidroelétricas, termoelétricas e as usinas nucleares? Essas plantas de geração de energia entrarão em colapso em dias. A partir daí, começarão alguns desastres… diferentes instalações industriais vão parar, explodir e vazar substâncias tóxicas. Estamos falando de anos? Não! Falamos de dias. Mas, entre 100 e 300 anos as represas, prédios e pontes vão ruir. Pode ser chocante imaginarmos que ícones de nossa sociedade, tais como grandes edificações e monumentos, irão corroer e desabar em poucos séculos. Sabe uma coisa que ainda estará lá em cerca de 5 séculos? As pirâmides e demais monumentos em pedra. E o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro? Apesar do monumento parecer ser uma estrutura sólida, ele não é. Logo a falta de manutenção e as intempéries (chuvas e raios) afetariam sua estrutura que começaria a ruir. Triste não?”.

Na verdade, o discurso da Bióloga Cristina nos leva a crer que assim que a pandemia diminuir seu ritmo, tudo voltará a ser como era antes. Pelo menos em termos de meio ambiente, não haverá um “novo normal”. Então, teríamos de dar tchau aos peixinhos dos canais de Veneza (Itália) e aos tucanos pendurados na rede elétrica de Belo Horizonte (Brasil).

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