• Matéria: Português
  • Autor: gp6870273
  • Perguntado 5 anos atrás

01. Padre Cabral, numa determinada passagem do texto, ordena que os alunos:
A) Descrevam os mares encapelados de Camões.
B) Façam uma descrição sobre o mar.
C) Façam uma descrição dos mares nunca dantes navegados.
D) Retirem de Camões inspiração para descrever o mar.
nor Padre Cabral, a classe toda usou de u​

Respostas

respondido por: talitacumineves
43

Resposta:

Questão "B" Façam uma descrição sobre o mar.

Explicação:

Pois A leitura atenta do texto demonstra a resposta já no primeiro parágrafo: “tendo o mar como tema”


Anônimo: vdd!! obrigadaaa! me ajudou na prova! -w-
respondido por: heloisagoncalves745
8

Padre Cabral, numa determinada passagem do texto, ordena que os alunos façam uma descrição sobre o mar. Alternativa B.

Na narrativa em questão vemos que o narrador personagem discorre sobre sua relação afetuosa com um professor jesuíta de português que foi muito importante na sua formação como escritor.

Na redação sobre o mar que teria sido requisitada, o narrador personagem de cara conquistou o exigente e erudita mestre que ficou impressionado por ele ter tecido sua história com base nas riquezas brasileiras, nesse caso, o mar Ilhéus, diferentemente do que foi feito pelo resto da turma, que se empenhou em narrar os clássicos temas da literatura internacional.

Jorge Amado, grande escritor nacional, narra seus bons tempos em um ótimo internato.

Este é o texto em estudo:

Nasce um escritor

“O primeiro dever passado pelo novo professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados; o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema de minha descrição. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela.

Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos.

Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas.

Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses.

Data dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norte-americano não figurava entre os prediletos do padre Cabral. Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e amável.  

Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão, minha primeira prisão”.

 (Jorge Amado)

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Bons estudos!

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