Por que os déspotas esclarecidos não conseguiram fazer profundas mudanças nas sociedades que governavam?
Respostas
Déspotas esclarecidos ou reis déspotas são soberanos europeus que tentaram colocar em prática as ideias dos filósofos iluministas[1]. Esses governantes ficaram conhecidos como praticantes do absolutismo ilustrado. O mais célebre foi Frederico II (1712-1786). O chamado Rei Filósofo interessava-se pelo debate de ideias, protegeu os pensadores e artistas e foi internacionalmente conhecido pelas suas sábias palavras e o constante uso metafórico tais como a frequência com que utilizava aquela velha história "a espada vence, mas não convence" para idealizar seus objetivos. Amigo de Voltaire, de Diderot e de D'Alembert, Frederico II, imbuído do Século das Luzes, procurou modernizar a Prússia. Decretou a abolição da servidão, mas não conseguiu forçar a nobreza a aceitá-la. Deu certa liberdade à imprensa, proclamou a liberdade religiosa e procurou fazer reformas administrativas e judiciárias. José II, da Áustria, Catarina II, da Rússia e o marquês de Pombal, de Portugal, procuraram atuar como agentes modernizadores em seus países[2]. Atualmente, alguns historiadores questionam se esses governantes foram assim tão esclarecidos. O fato é que o sonho dos filósofos e as realidades concretas do século XVIII, bem como os interesses pessoais dos governantes, estavam a anos-luz de distância.