NAO HA VAGAS
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
1)Sobre o poema nao ha vagas,de ferreiras Gullar,e correto afirmar
a) Ao ser aproximada de um ato lúdico como o fazer poesia, a crítica social é atenuada e perde força.
b) Nota-se uma conjunção entre a reflexão sobre o fazer poético e a preocupação com a realidade social adversa.
c) A ruptura com o verso tradicional situa o poema no contexto da primeira geração modernista.
d) A crítica política e a reflexão sobre a literatura presentes no poema configuram exceção na produção poética de Ferreira Gullar.
marlonviniciusalves2:
Alternativa B. O autor fala sobre o fazer poético (Não cabe no poema, só cabe no poema, etc.) durante o decorrer do poema, deixando claro um certo caráter metalinguistico, além de somar isso a preocupação social vigente naquele período.
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Resposta:
1 letra d e a correta ta bom
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