Um apólogo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro
Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir
que vale alguma cousa neste mundo?
Deixe-me, senhora.
Que a deixe? Que a deixe, por quê? Por que lhe digo que está com um ar
insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não
tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.
Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
Mas você é orgulhosa.
Decerto que sou.
- Mas por quê?
É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é
que os cose, senão eu?
Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os
cose sou eu e muito eu?
- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro,
dou feição aos babados...
mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por . no texto lido ,qual e a funcao do travessao
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Resposta:escola estadual beato Jose de amchieta
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