Respostas
Resposta:Qualquer que seja a espécie pela qual se manifeste a arte narrativa, nela encontramos
a presença de um narrador a estabelecer a relação entre o texto e o leitor. O reconhecimento, a
identificação e a função daquele elemento constituem-se objetos de estudos que remontam aos
conceitos já evidenciados em Platão e Aristóteles, quando definem a literatura como mimese.
Para o primeiro, o narrador expressa a realidade circundante, mediando as relações entre o
receptor e o universo narrado. O segundo enxerga-o como sendo, pela forma de narração, o
imitador daquele mundo.
Tanto do conceito de um quanto do outro abstraímos uma concepção de narrador
como responsável pela condução dos fatos do mundo ficcional. Segundo Carlos Reis (2001),
“o narrador é uma entidade fictícia a quem cabe a tarefa de enunciar o discurso” (p.354).
Desse modo, compreender a figura do narrador significa também entender, a partir de seus
procedimentos, as relações estabelecidas, entre ele e o leitor, entre esse e o universo relatado e
o leitor. Segundo Remédios:
Considerando o narrador literário como o leitor da realidade que é objeto da
narrativa [...] vê-se que sua atividade é a de, concomitantemente, decodificar e
codificar. Decodifica, enquanto leitor; codifica enquanto criador. Narrador e leitor,
portanto, encontram-se num mesmo plano, pois ambos procuram o entendimento e a
significação do mundo narrador.
Explicação: