De acordo com nossos estudos, responda: Quando você realiza uma atividade física (vôlei, futebol ou andar de bicicleta por exemplo) quais são os sistemas que atuam no seu corpo nesse momento? Justifique sua resposta
Respostas
CÉREBRO
No instante em que um jogador vê a bola sendo lançada, seu sistema neurológico entra em ação. Automaticamente o cerebelo (responsável pela precisão dos movimentos) e o lobo paretal (parte do cérebro responsável pela atenção) concentram-se no objeto. Estas partes do cérebro já estão atuando junto com o lobo temporal, calculando o momento em que essa bola vai chegar para o jogador. Ao mesmo tempo, a informação de como deverá ser realizado o movimento de parada de bola e o que deve fazer depois já chegou até as pernas. "É um processo extremamente complexo. Isso tudo é atenção. Por isso que é correto afi rmar que, se o jogador se distrair um pouco, o time perde", explica o professor Asdrubal Falavigna, neurocirurgião, coordenador do curso de Medicina da UCS. Inúmeras áreas do cérebro funcionam simultaneamente quando a ação exige resposta motora rápida.
POR QUE TREINAR É TÃO IMPORTANTE
O treinamento é indispensável para o bom desempenho de um jogador porque os dois períodos de 45 minutos em campo são de estresse intenso. "Além de todas as condições físicas, é necessário ter um controle neurológico de comando muito bem treinado. O treinamento faz com que os atletas tenham refl exos involuntários, que a gente também chama de movimentos automáticos, feitos sem pensar. É tão automático que o cérebro não os registra", detalha o professor Falavigna.
CRAQUES DA MENTE
A precisão dos movimentos e a capacidade de realizá-los de forma rápida e involuntária é facilmente adquirida durante a infância e a adolescência. Falavigna conta que os times de futebol não costumam apenas exercitar o físico de crianças e jovens com o intuito de desenvolver os talentos precoces. Os times também testam o modo como as promessas do futebol respondem a todas as táticas dos treinamentos. "Eles passam tarefas de execução e analisam a resposta do cérebro, aí defi nem quem será um bom jogador no futuro. O atleta não é bom com 15 ou 16 anos, ele já é bom aos sete", enfatiza o neurocirurgião.
METABOLISMO
Metabolismo, o artilheiro da partida Durante os 90 minutos que os jogadores da Seleção Brasileira permanecerão em campo, o corpo passará por alterações cardíacas, musculares e respiratórias. As alterações provocadas pela prática esportiva têm predominância no metabolismo, que é o caminho que o nosso corpo faz para produzir e utilizar energia.
O professor de Fisiologia do Centro de Ciências da Saúde da UCS, Rafael Colombo, explica que na prática do futebol predomina o metabolismo aeróbio, que ocorre na presença de oxigênio, com picos de metabolismo anaeróbio, sem a presença de oxigênio. "Uma das suas características é, primeiro, aumentar a frequência cardíaca. O coração bate mais vezes por minuto e a quantidade de sangue que gira pelo corpo passa dos cerca de 5 para 30 litros por minuto", explica Colombo. Segundo o professor, quando o jogador realiza um chute que atinge uma distância entre cinco e 10 metros, a frequência cardíaca aumenta e a força de contração do coração também, já que existe a necessidade do aumento da quantidade de sangue que está circulando pelo corpo. "A musculatura precisa contrair e relaxar numa velocidade mais alta. Por conta disso, a quantidade de sangue levada para os músculos é muito maior."
INSPIRAR E EXPIRAR
O jogo de futebol nada mais é do que um exercício físico de alto rendimento, que exige respostas de todo o organismo. Durante o período em que os jogadores estão em campo, diversas transformações ocorrem, como a sobrecarga do sistema respiratório. "Há um aumento da frequência respiratória. A respiração passa das 12 incursões por minuto (normalmente, em repouso, é essa a quantidade de vezes que inspiramos e expiramos), para um número muito maior, pois as células precisam de mais oxigênio. Esse volume maior de oxigênio vai chegar nas células e vai gerar a energia que vai manter as contrações musculares", descreve o professor Colombo.
CORAÇÃO
Os jogadores profi ssionais vivem um paradoxo interessante: possuem uma frequência cardíaca baixa, na faixa dos 45 batimentos por minuto. Isso se deve ao treinamento pelo qual eles são submetidos. "Uma pessoa que não é atleta e tem essa frequência cardíaca merece atenção redobrada", ressalta a diretora do Instituto de Medicina do Esporte da UCS (IME-UCS) e cardiologista, professora Olga Tairova.
A médica explica que o ser humano é portador de um sistema nervoso autônomo que regula também a frequência cardíaca. Ele é importante para o rendimento do jogador, já que é necessário que entre em campo com um alto número de batimentos cardíacos. Este sistema tem duas partes: simpática, que está ligada ao emocional, por aumentar a frequência cardíaca, e a parte parassimpática, responsável pela economia de energia e diminui a frequência cardíaca. O treinamento físico aumenta a atividade parassimpática. O organismo treinado conserva muito bem a energia e sabe usá-la de modo econômico. "Por isso os atletas têm baixa frequência cardíaca", ilustra Tairova.