Respostas
Resposta:
Porque ele fez uma obra de que Gentileza gera gentileza
Historia:
Por mais de 20 anos circulou pelo Rio com sua bata branca cheia de apliques e com seu estandarte, pregava nas praças e nas barcas entre Rio e Niterói anunciando sem cansar: “Gentileza gera Gentileza”. Escreveu seus pensamentos em 56 pilastras do viaduto do Caju, na entrada da cidade. Era um andarilho que podia ser visto em qualquer bairro da cidade, das praias à mais distante periferia.
Quem foi José Datrino, o “Profeta Gentileza”?
Empresário do setor de transporte de carga em Niterói, José Datrino (1917-1996), nascido em Cafelândia, no interior paulista, tornou-se Gentileza após uma epifania à véspera do Natal de 1961. Teve a visão do que acreditou ser o fim dos tempos, vendeu todos os bens e virou pregador de rua. Costurou um manto branco, pintou nele dizeres sobre bondade e beleza, deixou a barba crescer e decidiu cruzar o país. Foi chamado de louco e tomou eletrochoque, porque repetia que “o mundo é uma escola de amor”. No viaduto do Caju, Zona Portuária do Rio, resistem, em verde, amarelo e azul, pintados sobre o concreto cinza, 56 aforismos, entre eles o de número 44, que diz: “Não pense em dinheiro. Ele é o capeta. Cega a Humanidade e leva para o abismo”.
Sua obra maior foi a pintura de 56 murais do viaduto Caju, que ele mantinha com mensagens sobre gentileza, natureza, amor, espiritualidade, males, capitalismo – contornadas pelo verde e amarelo da nossa bandeira.
Após sua morte, as mensagens foram pichadas e posteriormente apagadas pela prefeitura com tinta cinza. Graças a iniciativa de um professor universitário, organizou-se um movimento de restauração e tombamento desses murais.