• Matéria: Português
  • Autor: bateria1011121314
  • Perguntado 9 anos atrás

A partir da leitura do capítulo 6 do livro da disciplina, Da oralidade à escrita,
realize a tarefa proposta a seguir:
As primeiras cartas
Avô Mariano
Escapo-me dali, me apressando entre os atalhos. Quando reentro em casa não
encontro vivalma. Todos foram para o caminho da areia assistir à desgraça, consolando
Ultímio. De soslaio, parece-me ouvir um ruído. Entro na sala fúnebre e nada vejo, senão o
aquietado corpo do velho Mariano. Lá está o desfinado, entre flores e velas. Subo para o
quarto. De novo, sobre a cabeceira, uma outra carta. A tremência em minhas mãos não me
ajuda a ler:
Estas cartas, Mariano, não são escritos. São falas. Sente-se, se deixe em bastante
sossego e escute. Você não veio a esta Ilha para comparecer perante um funeral. Muito ao
contrário, Mariano. Você cruzou essas águas por motivo de um nascimento. Para colocar o
nosso mundo no devido lugar. Não veio salvar o morto. Veio salvar a vida, a nossa vida.
Todos aqui estão morrendo não por doença, mas por desmérito do viver.
É por isso que visitará estas cartas e encontrará não a folha escrita, mas um vazio
que você mesmo irá preencher, com suas caligrafias. Como se diz aqui: feridas da boca se
curam com a própria saliva. Esse é o serviço que vamos cumprir aqui, você e eu, de um e
outro lado das palavras. Eu dou as vozes, você dá a escritura. Para salvarmos Luar-doChão,
o lugar onde ainda vamos nascendo. E salvarmos nossa família, que é o lugar onde
somos eternos.
Comece em seu pai, Fulano Malta. Você nunca lhe ensinou modos de ele ser pai. Entre
no seu coração, entenda aquela rezinguice dele, amoleça os medos dele. Ponha um novo
entendimento em seu velho pai. Às vezes, seu pai lhe tem raiva? Pois lhe digo: aquilo não é
raiva, é medo. Lhe explico: você despontou-se, saiu da Ilha, atravessou a fronteira do
mundo. Os lugares são bons e ai de quem não tenha o seu, congênito e natural. Mas os
lugares nos aprisionam, são raízes que amarram a vontade da asa.
A Ilha de Luar-do-Chão é uma prisão. A pior prisão, sem muros, sem grades. Só o
medo do que há lá fora nos prende ao chão. E você saltou essa fronteira. Se afastou não em
distância, mas se alonjou da nossa existência.
Antes, seu pai estava bem consigo mesmo, aceitava o tamanho que você lhe dava.
Desde a sua partida ele se tornou num estranho, alheio e distante. Seu velhote passou a
destratá-lo? Pois ele se defende de si mesmo. Você, Mariano, lhe lembra que ele ficou,
deste lado do rio, amansado, sem brilho de viver nem lustro de sonhar.
Mia Couto. Um rio chamado tempo,
uma casa chamada terra. São Paulo:
Companhia das Letras, 2003, p. 64-5.
Dos seis parágrafos do excerto, As primeiras cartas, escolha apenas dois parágrafos
e reescreva-os com linguagem padrão. Observe a correção gramatical, assim como
os termos regionais e/ou coloquiais, os quais devem ser transformados em
linguagem padrão.


carlaaires74: ?????

Respostas

respondido por: erikanogueira2
69
A Ilha de Luar-do-Chão é uma prisão. A pior prisão, sem muros nem grades. Só o medo do que há lá fora nos prende ao chão. E você saltou essa fronteira. Se afastou não em distância, mas se alonjou da nossa existência. Antes, seu pai estava bem consigo mesmo, aceitava o tamanho que você lhe dava. Desde a sua partida ele se tornou num estranho, alheio e distante. Seu velhote passou a destratá-lo? Pois ele se defende de si mesmo. Você, Mariano, lembra que ele ficou, deste lado do rio, amansado, sem brilho de viver nem lustro de sonhar.

bateria1011121314: aqui o do texto
bateria1011121314: o seu
bateria1011121314: pode separa
erikanogueira2: Vem de pv
bateria1011121314: não compreendi
erikanogueira2: to mandando mensagem pra voce
vandacastilho73: estou precisando de ajuda para reescrever estes paragráfos alguem pode me ajudar
erikanogueira2: já ta reescrito aí
lufn: Mas não mudou quase nada!
erikanogueira2: é so pra mudar os termos regionais e os erros gramaticais
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