Leia a seguir trechos de duas obras de Erico Verissimo e faça as atividades propostas.
Texto 1
Clarissa
Sem sono, Clarissa debruça-se à janela. A noite está clara. Refrescou. Uma lua enorme, cheia,
muito clara. Os quintais estão raiados de sombra e de luz. Parece que o disco da lua se enredou
entre a ramagem folhuda do plátano grande do quintal da casa onde d. Tatá morava.
O relógio, na sala, bate onze horas.
Cabeça encostada na vidraça, Clarissa pensa...
Como o tempo passou... Parece que o ano começou ontem. Entretanto, quanta coisa aconte-
ceu! Sempre desejou voltar para casa. Mas, agora que o dia da partida se aproxima, ela sente algo
de esquisito no peito, uma espécie de saudade antecipada. Vai sentir falta de tudo isto, de todos
estes aspectos, de todas estas caras, de todos estes ruídos. Vai se lembrar sempre do papagaio,
que sabe dizer o seu nome, do gato, que lhe roça preguiçosamente as pernas, da sia Andreza, que
vive na cozinha como uma gata borralheira. Sentirá falta de tia Zina, do Tio Couto, de Amaro.
E quem sabe se também de Ondina e Nestor: a vida é tão engraçada... Nunca mais lhe sairá da
memória a risada contente do major...
Fora, o luar cresce, branco, tênue, inundando a paisagem.
Clarissa infla as narinas. Parece-lhe que o luar tem um perfume todo especial. Se
ela pudesse pegar o luar, fechá-lo na palma da mão, guardá-lo numa caixinha ou no
fundo de uma gaveta para soltá-lo nas noites escuras. Como é bonito o luar! Parece
que as árvores estão borrifadas de leite. Longe, na encosta dos morros piscam luzes,
como vaga-lumes aprisionados. O rio está cheio duma fosforescência argentina.
VERISSIMO, Erico. Clarissa. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 190-191.
Veridiana Scarpelli/ID/BR
Texto 2
Um certo canitão Rodrigo
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não entendi desculpa aqui também tenho que fazer o mesmo
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