O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de “Gaúcho”. Porque era gaúcho. Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado.
[...]
Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só.
[...]
Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera. O pai atravessou a sinaleira e pechou.
[...]
A professora sorriu. Depois, achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo.
[...]
— Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu.
[...]
— Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto.
A professora varreu a classe com seu sorriso. [...]
“Sinaleira”, obviamente, era sinal, semáforo. “Auto” era automóvel, carro. Mas “pechar”, o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que “pechar” vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito [...].
O texto propõe uma reflexão sobre a diversidade da língua portuguesa. Para isso, o autor recorre ao (à)
A
destaque do constrangimento causado aos alunos pelas situações de bullying na escola.
B
enumeração de termos e expressões derivados da relação entre espanhol e português.
C
humor originado das tentativas de compreensão da variedade linguística pela professora.
D
naturalização de apelidos para identificar os falantes dos diferentes dialetos brasileiros.
Respostas
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Resposta:
C
Explicação:
fiz pelo plurall
adryan829:
tem gabarito?
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