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Resposta:
Em diálogo direto com as Teorias Críticas da Cultura, o presente trabalho parte de uma perspectiva construtivista de sociedade e de cultura. Propomos questionar, por via da Análise Crítica do Discurso, a letra da canção Cidadão, composta por Lúcio Barbosa e gravada por Zé Geraldo. Compreendemos, a partir da Teoria da Estruturação, de Anthony Giddens (2003), o modo como se constitui a sociedade e como as práticas sociais são ordenadas no tempo e no espaço. Além disso, partimos da noção de cultura que, mesmo em sua complexidade terminológica, pode ser entendida como um modo de significação de um coletivo manifesto por suas coesões e incongruências. Tal processo se manifesta no discurso, que compreende, segundo Fairclough (2001), o uso da linguagem como prática social que significa o mundo. Com esses pontos em mente, lançamos mão da proposta de Fairclough (2001) e de alguns conceitos base deste trabalho, como os significados: acional, representacional e identificacional, a intertextualidade e alguns procedimentos para a análise textual, bem como o quadro tridimensional como aporte para a análise discursiva da letra da canção em estudo. Desse modo, conceitos que emergem das práticas sociais a partir de movimentos no corpo da letra da canção possibilitam identificar o agente, que dentro do modelo de estratificação, dialoga com os conceitos de cognoscitividade e consciência discursiva, propostos por Giddens (2003). Assim, além desses conceitos, outros pontos da teoria desse sociólogo refletem e reconstituem os padrões históricos sociais mais amplos de exclusão presentes em Cidadão, considerando o modo como o eu lírico se manifesta, por vezesrevoltado, por vezes resignado à condição de excluído.
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