ANÁLISE DO CONTO: "O ÚNICO ASSASSINATO DE CAZUZA" - autor - Lima Barreto .
QUESTÕES:
1) Que tipo de conto é esse? Humor, terror, drama, romance etc.Justifique sua resposta.
2) Quais palavras melhor definem a personagem desse conto?
3) Que tipo de narrador o conto apresenta? Narrador personagem ( narrador narra e participa da história) ou narrador observador ( apenas narra a história)?
4) No primeiro parágrafo, o termo usado , COISAS NOBRES, está empregado no sentido real ou pretende sugerir o contrário. Justifique.
5) Ainda no primeiro parágrafo, foram usados o termos DESESPERANÇADO e DESESPERADO. Qual a diferença de sentido no contexto do conto?
6) Qual teria sido o assassinato cometido por Hildegardo Brandão, também conhecido como Cazuza?
7) Como era a rotina de Cazuza, durante os dias de semana?
8) Descreva em poucos detalhes o protagonista da história.
Respostas
Resposta:
1 – Humor, pois quando Cazuza diz que cometeu um assassinato, dr. Ponciano logo pensa que foi algo sério. Entretanto, quando o mesmo começa a detalhar seu crime, a presença do humor é vista.
2 – Retraído, intelectual, desconfiado e irônico.
3 – Narrador observador
4 –
5 - Sentido real, pois Cazuza lutou por coisas nobres, as quais deram errado e ele estava cansado de tal situação.
6 – Cazuza matou pinto com pé.
7 - ¨pela manhã, tomava café e ia até a venda, que supria a sua casa, ler os jornais sem deixar de servir-se, com moderação. de alguns cálices de parati, de que infelizmente abusara na mocidade. Voltava para a casa, almoçava e lia os seus livros, porque acumulara uma pequena biblioteca de mais de mil volumes. Quando se cansava, dormia. Jantava e, se fazia bom tempo, passeava a esmo pelos arredores, tão alheio e soturno que não perturbava nem um namoro que viesse a topar¨.
8 – Cazuza é retraído, intelectual, desconfiado e irônico, tem uma rotina estabelecida nos dias de semana e nos Domingos.
Explicação:
1) O conto "O Único Assasinato de Cazuza" é um conto de humor, pois o personagem Cazuza relata que cometeu um assassinato, mas o final da história não é exatamente conforme o que se esperava, sendo assim uma situação inesperada, que busca divertir o leitor.
Primeiramente, o conto parece que terá um desenrolar dramático, porém, quando Cazuza relata os detalhes do "crime", a presença do humor é percebida, pois na verdade não se tratava da morte de um outro indivíduo, mas sim de um animal, um pinto.
Cazuza conversa com doutor Ponciano, e estes começam a falar sobre assassinatos, primeiramente sobre os promovidos pelos políticos. A partir daí, Cazuza confessa ter cometido um, e doutor Ponciano se assusta.
Isso gera uma sensação dramática ao doutor Ponciano e ao leitor, que fica atento com o decorrer da história para ver quem Cazuza havia matado. Já no final do conto, Cazuza confessa ter matado um pinto, e que a sua mãe ainda brincou com ele no período, o fazendo ficar sentado esperando a polícia chegar, pois este teria cometido um crime e seria preso.
2) As palavras que melhor definem o personagem Cazuza podem ser:
- Irônico, pois o mesmo utiliza ironias em seu modo de expressar;
- Intelectual, pois ele adora ler livros, tem tantos que possui uma biblioteca em casa com mais de mil volumes;
- Desesperançado, uma vez que ele já não tem grandes esperanças pro futuro, já que se encontra velho e sozinho.
- Solitário, já que ele não tem companhias ou fortes amizades, somente viva junto de um casal de pretos velhos, mas que não tinha uma relação profunda;
- Sossegado, pois Cazuza não tem grandes pretensões e vive na tranquilidade, calmo, esperando pacientemente pela chegada de sua morte.
3) O narrador do conto se caracteriza como um narrador observador, pois diferentemente do narrador personagem, ele não participa da história, sendo portanto apenas um observador dos fatos.
O narrador observador se responsabiliza somente pela narração dos fatos, sem que haja qualquer tipo de interferência do mesmo sobre os acontecimentos narrados.
Ou seja, resumidamente, o narrador observador possui total conhecimento dos fatos que acontecem, mas não interfere em nada no processo de desenrolar dos mesmos.
4) No primeiro parágrafo, no modo de emprego do termo "coisas nobres", nota-se que o autor utiliza uma ironia, pois emprega um sentido contrário ao termo destacado. Ou seja, o autor quis dizer que as coisas nobres, na verdade, não eram tão nobres assim, uma vez que elas proporcionavam ao personagem uma vida repleta de desespero, rancor e despeito.
A ironia é entendida como uma situação onde um indivíduo fala o contrário do que realmente quer expressar, e é isso que acontece com a utilização da palavra nobre, na expressão "coisas nobres".
5) A diferença entre "desesperançado" e "desesperado", no contexto do conto, é que a primeira palavra faz referência ao fato de Cazuza já não possuir mais esperanças, já que é um homem velho atualmente. Porém, mesmo sendo um homem velho, o mesmo não se encontra em desespero, pois ele está aguardando pacientemente a morte, sem qualquer tipo de medo ou receio.
Ou seja, mesmo que tenham certa semelhança na escrita, as duas palavras não devem jamais serem confundidas, pois as duas apresentam sentidos completamente diferentes entre si.
6) O assassinato que Hildegardo Brandão (Cazuza) de fato teria cometido foi na verdade a morte acidental de um animal, um pinto. Cazuza teria matado o pinto com o pé.
No início, pelo modo que o personagem relata que também já assassinou alguém durante a sua vida, faz pensar que o mesmo matou alguma outra pessoa. Essa hipótese só é descartada no final do conto, quando o mesmo relata que na verdade matou um pinto.
7) A rotina de Cazuza durante os dias de semana é mais ou menos assim:
- Durante a manhã, Cazuza toma um café e logo parte em direção à banca, para ler os jornais. Lá, toma alguns cálices de bebida alcoólica.
- Quando volta para casa, almoça, e logo depois começa a ler seus livros, uma vez que ele possui vários dentro de uma biblioteca extensa e repleta de livros. Se se sente cansado, dorme.
- À tardinha/noite, Cazuza janta, e se o tempo estiver bom, ele passeia pelos arredores.
8) Cazuza pode ser descrito como um personagem desesperançado, sossegado, intelectual, irônico, que exerce a mesma rotina todos os dias da semana, com exceção de domingo ao qual o mesmo já tem outra rotina estabelecida.
Mesmo que ele já tenha cometido um "assassinato", ele é certamente um indivíduo tranquilo, que não representa nenhum mal a outro alguém.
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