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O Diretório dos Índios foi uma das expressões da política metropolitana em relação aos índios, e como tal escondeu, representou, legitimou ou falsificou uma série de interesses. Isto, no entanto, é parte da história – que só pode ser contada como parte. Além de ter sido uma expressão daquela política, o Diretório dos Índios se desdobrou em um processo histórico. Ele organizou a vida de milhares de pessoas, durante quarenta anos. Homens e mulheres nasceram e morreram no período em que ele ordenava a vida social nas diversas localidades do Vale. Suas formulações relativas às formas de organização do trabalho, de associação, de exploração dos recursos naturais informaram mais que uma geração de índios, mestiços, negros e brancos. De modo que mais do que um projeto para a colônia, ele constituiu-se em processo colonial e como tal deve ser entendido. (Coelho: 2005, p. 50-51)
Publicado em 1758, o Diretório dos Índios era uma lei marcada por uma série de diretrizes a serem seguidas nas colônias portuguesas. Ao mesmo tempo em que regulamentou a liberdade dos povos indígenas, ele institucionalizou seu trabalho forçado. O objetivo era levar os povos indígenas à vida civil e produzir produtos voltados para o comércio.