lugares inesperados e oferecer algo melhor em troca. Em nenhum momento eu pensei em
ficar com o dinheiro, nem mesmo quando eu peguei toda aquela quantia nas mãos'', ressalta
ele, que já fez sua primeira aquisição com o dinheiro que o empresário lhe arrumou para
viajar. ''Comprei uma vara de pescar. É meu passatempo preferido'', diz, com ar de quem
não enriqueceu de um dia para o outro, mas de quem está voltando a reconhecer o que é
felicidade.
Intuição
Parece que o destino de Rejaniel e Sandra tinha data marcada. Na madrugada de
segunda-feira, feriado de 9 de julho em São Paulo, eles acordaram com o alarme de um
empresa de ferragens, localizada perto do viaduto, onde dormiam. ''Subimos para ver o que
estava acontecendo e vi o segurança chegar. Em seguida, vieram os donos e começamos a
olhar em volta para ver se achávamos algo'', lembra Rejaniel, que encontrou um alicate que
havia sido roubado, às margens da Radial Leste.
''Naquela hora, me bateu uma intuição de que eu deveria continuar andando pela
radial. Meia hora depois, eu e a Sandra vimos uma sacola feminina jogada no canteiro, perto
de um ponto de ônibus. Dentro, tinha um saco de lixo e quando peguei, ela rasgou e
milhares de moedas caíram no chão. Levamos até a empresa de ferragens e chamamos a
polícia, pois o dono da loja tinha falado que não era dinheiro deles'', comenta.
A viatura foi acionada e quando os policiais viram que um casal de moradores de rua
devolvia R$ 20 mil (R$ 17 mil em dinheiro e R$ 3 mil em moedas), não acreditaram. ''Ele
(policial) olhava para a sacola de dinheiro e olhava para mim. Ele fez isso várias vezes até
que me perguntou por que eu não tinha fugido com aquilo'', lembra.
A resposta de Rejaniel foi imediata. Ele disse que o dinheiro não era dele e, diante
desta atitude, o policial elogiu o ato de honestidade do casal. ''Minha mãe me ensinou a não
pegar o que não é meu. E aquele dinheiro tinha dono. Quando eu era pequeno, minha mãe
vivia dizendo pra eu nunca roubar, mentir ou pegar o que é dos outros'', completa.
No dia seguinte, eles foram na delegacia prestar depoimento. Na sacola de dinheiro
tinha um envelope com nome e endereço do restaurante, que havia sido furtado minutos
antes do alarme da loja de ferragens ter sido acionado. ''Eles nos agradeceram e pediram
para passarmos no restaurante depois, pois iriam nos recompensar. Não fomos porque
estava parecendo uma obrigação, sabe?'', conta o morador de rua, que horas depois, foi
localizado pelo empresário embaixo do viaduto.
''De repente, todo mundo estava sabendo. Veio gente da TV, do rádio, dos jornais.
Horas depois, estávamos comendo uma comida boa, com arroz, feijão, bife e batata frita.
Tomamos um banho quente e dormimos em um hotel. No dia seguinte, embarquei para o
Maranhão. Fazia tempo que não sabia o que era dormir e comer bem. Lembrei que sou
gente'', afirma.
1- Podemos afirmar que o texto lido é uma reportagem1
porque tem o objetivo de
(A) apenas informar seus leitores.
(B) informar e entreter seus leitores.
(C) apenas entreter seus leitores.
(D) informar e conscientizar seus leitores.
sabrinamatos1263:
A primeira parte do texto está no meu perfil
Respostas
respondido por:
2
Resposta:
é a letra c está correta
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