12) No Brasil o Movimento Negro corresponde a vários fenómenos e ações executados por pessoas
que lutam contra o racismo e pelos direitos para os cidadãos negros Varios movimentos na história do
Brasil possuem destaque relevante. Entretanto, todo e qualquer movimento pela população negra era considerado clandestino, ate a abolição da escravatura, que se deu apenas no ano de
b) 1822
c) 1882
d) 1888
e 1868
Respostas
Resposta:
O Movimento Negro, na forma como o conhecemos hoje, é uma síntese de um fenômeno que vem de séculos, o qual luta pela reivindicação dos direitos da população negra ao redor do mundo.
Muito presente, principalmente, nos países que a população negra sofreu com a escravidão, o Movimento Negro é uma força histórica que sempre buscou alterar a situação de opressão vivida por essas pessoas.
Atualmente, o Movimento Negro é considerado plural, levantando bandeiras progressistas que vão do combate ao racismo a diversas outras vertentes, como feminismo, causa LGBT e tolerância religiosa.
Movimento Negro: objetivos
Ao redor do mundo, os movimentos negros sempre buscaram uma coisa em comum: o respeito aos direitos civis da população negra e o combate ao racismo — enraizado até hoje na sociedade.
Com diferentes abordagens, cada Movimento Negro busca particularidades que fazem parte da realidade de cada país. No Brasil, por exemplo, a luta da população negra gira em torno do reconhecimento do racismo como crime, da dívida histórica dos mais de 300 anos de escravidão e da igualdade de oportunidades e inclusão social.
História do Movimento Negro
O início das lutas do Movimento Negro se deu há muito tempo, desde as revoltas de escravos na época do Brasil colonial, por exemplo. Entretanto, foi reconhecido e estruturado com um fenômeno organizado apenas no século XX, principalmente com os expoentes norte-americanos de lideranças, como Malcolm X Rosa Parks e Martin Luther King Jr.
Principalmente nas décadas de 1950 e 1960, o Movimento Negro ganhou maior visibilidade, trazendo à luz a pauta do racismo estrutural e difundido em vários setores da sociedade. Nos Estados Unidos, em 1955, Rosa Parks, negra, foi presa por se recusar a dar seu lugar em um ônibus de Montgomery para uma mulher branca. Esse estopim levou a uma série de protestos que, aos poucos, se moldaram em um dos maiores levantes da população negra do século XX.
Líderes do movimento negro
São vários os líderes do Movimento Negro no Brasil e no mundo. Entre os principais, podemos citar:
Zumbi dos Palmares (Brasil);
José do Patrocínio (Brasil);
André Rebouças (Brasil);
João Cândido (Brasil);
Nelson Mandela (África do Sul);
Amelia Boynton Robinson (Estados Unidos);
Angela Davis (Estados Unidos);
Bayard Rustin (Estados Unidos);
James Bevel (Estados Unidos);
James Meredith (Estados Unidos);
Malcolm X (Estados Unidos);
Martin Luther King Jr. (Estados Unidos);
Mumia Abu-Jamal (Estados Unidos);
Rosa Parks (Estados Unidos);
W. E. B. Du Bois (Estados Unidos).
Conquistas e lutas do Movimento Negro
A luta do Movimento Negro resultou, a duras penas, em várias conquistas para a população negra ao redor do mundo. Na África do Sul, por exemplo, o ativismo negro liderado pelo Nobel da Paz Nelson Mandela resultou, após décadas de luta e prisão de seu líder, no fim do Apartheid institucionalizado no país.
Não apenas na África do Sul, mas em todo mundo a população negra sofreu e ainda sofre com cenários de segregação, racismo estrutural e explícito, além da falta de oportunidades e igualdade de condições entre os cidadãos.
No Brasil, apesar de algumas conquistas, essa igualdade caminha a passos de tartaruga, principalmente quando são analisadas algumas estatísticas que comprovam uma realidade social ainda muito discriminatória. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística):
a cada 3 assassinatos no Brasil, 2 são de jovens negros, com idades entre 15 e 24 anos, considerando ainda que a discriminação e o preconceito racial são fortes componentes desta realidade;
apesar de a população negra representar cerca de dois terços de todos os cidadãos economicamente ativos no Brasil, os negros permanecem relegados a serviços de base, com salários menores. Na média do país, cerca de 60% dos desempregados são negros;
a população negra corresponde à maioria (78,9%) da parcela dos 10% de indivíduos com maiores chances de serem vítimas de assassinatos;
mulheres negras são as mais vitimadas nos casos de violência doméstica (58,68%), violência obstétrica (65,4%) e mortalidade materna (53,6%);
apenas 10% dos livros publicados de 1965 a 2014 foram escritos por autores negros. Além disso, 60% dos protagonistas são homens e 80% são brancos.
Apesar de um quadro ainda muito desfavorável à população negra, é possível apontar algumas conquistas, como:
criação do Dia da Consciência Negra (20 de novembro);
Lei 10.639/2013, que inclui a comemoração do Dia da Consciência Negra no calendário escolar, trazendo a discussão da história e da cultura afro-brasileiras, além da valorização dos africanos e afro-brasileiros nos currículos escolares da rede pública de ensino;
Lei 12.711/2012, que criou as cotas para ingresso em cursos superiores, aos poucos difundidas nas maiores universidades do país, sejam elas federais, estaduais ou até mesmo privadas;