• Matéria: História
  • Autor: coomasal83
  • Perguntado 5 anos atrás

as condições econômicas das cidades da península italica e a formação de uma camada de ricos mercadores .​

Respostas

respondido por: dhdanylo
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Resposta:

Vários fatores explicam ter sido a Itália o berço do Renascimento. Em primeiro lugar, as cidades italianas conheceram um extraordinário desenvolvimento comercial a partir do século XII, transformando-se nos principais centros da economia européia. Foi justamente ali que se iniciou o pré-capitalismo e, com ele, a intensificação da vida urbana, que modificaria as bases da sociedade. A vida nas cidades estreitou os contatos entre as pessoas, favorecendo o intercâmbio de idéias, a difusão de conhecimentos e uma nova maneira de ver o mundo.

O Renascimento pode ser considerado como a manifestação cultural dessa nova composição social, na qual o enriquecimento tanto de governantes como de particulares possibilitou a prática do mecenato. Sob a proteção direta de ricos patrocinadores (os mecenas), a vida cultural tendeu a expressar os valores correspondentes aos interesses da classe que emergira com o novo sistema — ou seja, a burguesia. Em suma, o Renascimento é a expressão de uma nova mentalidade, gerada pelo pré-capitalismo.

Fatores sociais: os valores burgueses

O mecenato funcionava como fator de projeção social, de perpetuação da glória dos mecenas. Num período em que a hierarquia da sociedade ainda obedecia ao critério do nascimento, a burguesia precisava encontrar outra maneira de alcançar o prestígio que o sangue plebeu lhe negava. Assim, o patrocínio de atividades culturais significaria uma elevação do status social.

Fatores políticos: o poder dos príncipes e dos papas

Entretanto, não eram apenas os particulares que praticavam o mecenato. Também os príncipes italianos (governantes hereditários de cidades-Estado), e até mesmo os papas, serviram-se dele para legitimar ou ampliar seu poder.

Para se compreender esse aspecto, é preciso considerar a peculiaridade da vida política italiana.

A Itália não possuía unidade política. Nela, a existência de numerosos corpos políticos independentes havia criado uma concepção própria de governo, a qual contrastava com o crescente centralismo dos demais países europeus.

Essa fragmentação política, da qual as cidades-Estado eram a expressão típica, fora determinada pelas constantes lutas entre o Papado e o Sacro Império Romano-Germânico. Nenhum desses dois poderes universais, que ao se chocar enfraqueceram-se um ao outro, conseguiu impor-se eficazmente na Península Itálica. Disso resultou o fortalecimento dos poderes locais que, tirando proveito do confronto entre papas e imperadores, puderam conservar sua própria independência.

É dentro desse quadro que podemos compreender as sangrentas disputas entre güelfos e gibelinos. Estas duas denominações, que a princípio se aplicavam, respectivamente, aos italianos que apoiavam o Papado e aos partidários do Império, passaram depois a designar simplesmente as facções que lutavam pelo poder dentro das cidades da Itália.

A partir do século XIV, as lutas entre os partidos urbanos deram ensejo a usurpações e à ascensão de governantes tirânicos, preocupados apenas em se manter no poder. Durante o Renascimento, esses dirigentes lançaram mão do mecenato, rodeando-se de artistas e intelectuais, para fazer da produção cultural um instrumento legitimador de sua autoridade.

Nesse contexto, o papel dos intelectuais adquiriu relevo político. Eles se encarregaram de dar, ao novo tipo de Estado assim constituído, sua justificação teórica. Com Maquiavel, nasceu a idéia da razão de Estado, cuja teoria correspondia aos desejos dos tiranos locais, posto que proporcionava cobertura ideológica a suas ações políticas.

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