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Resposta:
Neste apanhado breve, parcial e imperfeito dos fragmentos dos filósofos pré-socráticos, fica
evidente que a linguagem religiosa e a sua crença interferiram na confecção dos argumentos
de tipo racional. No estágio atual da pesquisa, não é possível ainda entrever até que ponto
isso influenciou a religião dita popular, sua forma de conceber e conhecer a divindade, masjá fornece pistas, por exemplo, sobre o motivo da gradual inclinação de ‘escolas’ filosóficas
em adotarem um conteúdo esotérico – superstitio (superstição) - e se transformarem em
seitas, em oposição à Religio licita. O surgimento do cristianismo no século I não foge a essa
caracterização. Encarada como mais uma superstitio e reconhecida à seita cristã, em certa
medida, um conteúdo doutrinário, o cristianismo nascente não foge às influências do ambiente
intelectual que o circunda. Lembrando M. I. Finley, “É impossível fazer tábula rasa do passado,
por mais completa que seja a mudança da postura intelectual.”Por mais que se reivindique
a originalidade da mensagem cristã em seu nascedouro, ela não é a-histórica. Talvez este seja
exatamente um dos motivos por ela ainda permanecer viva.