Aportando na costa brasileira, Pero Vaz de Caminha
depara-se com uma realidade paradisíaca, mas a
descreve objetivamente, quase como antropólogo.
No século seguinte, qual será a perspectiva de
Gregório de Matos sobre a mesma terra?
SONETO
Há cousa como estar em São Francisco1
donde vamos ao pasto tomar fresco?
Passam as negras, fala-se burlesco,
fretam-se todas, todas caem no visco.
O peixe roda aqui, ferve o marisco,
come-se ao grave2
, bebe-se ao tudesco ,3
vêm barcos da cidade com refresco,
há já tanto biscoito como cisco.
Chega o Faísca, fala, e dá um chasco4
,
começa ao dia, acaba ao lusco-fusco,
não cansa o paladar, rompe-se o casco5
.
Joga-se em casa em sendo o dia brusco;
vem-se chegando a Páscoa, e se eu me empasco6
,
os lombos do tatu é o pão que busco.
Considere as afirmativas:
I. Ao poeta não impressiona, como a Pero Vaz de
Caminha, a inocência tropical da mulher autóctone,
mas a sensualidade buliçosa da africana; a ele não
apraz a pureza das águas infindas que chamaram a
atenção do escrivão, e sim a bebida (alcoólica) em
abundância, além da mesa farta.
II. A viagem do poeta a São Francisco parece
coincidir com a data da chegada de Cabral à "Terra
de Vera Cruz", isto é, por ocasião da Páscoa.
III. O poema testemunha a licenciosidade que
reinava na Colônia e que motivou a produção satírica
de Gregório de Matos.
Está(ão) correta(s)
(A) apenas I.
(B) apenas II.
(C) apenas III.
(D) apenas I e III.
(E) I, II e III.
Respostas
respondido por:
1
Resposta:
Letra D
Explicação:
Bate de acordo com o texto
Perguntas similares
4 anos atrás
4 anos atrás
4 anos atrás
7 anos atrás
7 anos atrás
7 anos atrás
8 anos atrás
8 anos atrás