• Matéria: Português
  • Autor: jullyavilanova7
  • Perguntado 5 anos atrás

B) o narrador é personagem ou observador? Justifique transcrevendo uma passagem do texto


GabrieleLourencoo: cadê o texto?
mirelipagnussat: qual o texto ?

Respostas

respondido por: giovannavieira388
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Resposta:

na verdade tem vários tipos de narrador então sem um texto não dá para identificar porém os tipos de narradores que eu conheço são:

Explicação:

NARRADOR PERSONAGEM: conta e participa da história. No foco narrativo predomina a 1° pessoa.

NARRADOR-OBSERVADOR: descreve os fatos sem se envolver com eles, predomina o uso da 3° pessoa no foco narrativo

NARRADOR ONISCIENTE: é aquele que sabe todos os fatos da história, mesmo que não participe dela. Narra os pensamentos e sentimentos dos personagens, sem que eles precisem se expressar claramente. Predomina 3° pessoa

ESPERO TER AJUDADO MESMO NÃO SABENDO MUITO BEM O CONTEXTO

respondido por: heloisabrenda175
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CONTO: LUZ DE LANTERNA, SOPRO DE VENTO

Marina Colasanti

Tendo o marido partido para a guerra, na primeira noite da sua ausência a

mulher acendeu uma lanterna e pendurou-a do lado de fora da casa. “Para

trazê-lo de volta”, murmurou. E foi dormir.

Mas, ao abrir a porta na manhã seguinte, deparou-se com a lanterna

apagada. “Foi o vento da madrugada”, pensou olhando para o alto como se

pudesse vê-lo soprar.

À noite, antes de deitar, novamente acendeu a lanterna que, a distância,

haveria de indicar ao seu homem o caminho de casa.

Ventou de madrugada. Mas era tão tarde e ela estava tão cansada que

nada ouviu, nem o farfalhar das árvores, nem o gemido das frestas, nem o

ranger da argola da lanterna. E de manhã surpreendeu-se ao encontrar a luz

apagada.

Naquela noite, antes de acender a lanterna, demorou-se estudando o céu

límpido, as claras estrelas. “Na certa não ventará”, disse em voz alta, quase

dando uma ordem. E encostou a chama do fósforo no pavio.

Se ventou ou não, ela não saberia dizer. Mas antes que o dia raiasse não

havia mais nenhuma luz, a casa desaparecia nas trevas.

Assim foi durante muitos e muitos dias, a mulher sem nunca desistir

acendendo a lanterna que o vento, com igual constância, apagava.

Talvez meses tivessem passado quando num entardecer, ao acender a

lanterna, a mulher viu ao longe, recortada contra a luz que lanhava em  

sangue no horizonte, a escura silhueta de um homem a cavalo. Um homem

a cavalo que galopava na sua direção.

Aos poucos, apertando os olhos para ver melhor, distinguiu a lança

erguida ao lado da sela, os duros contornos da couraça. Era um soldado que

vinha. Seu coração hesitou entre o medo e a esperança. O fôlego se reteve

por instantes entre os lábios abertos. E já podia ouvir os cascos batendo

sobre a terra, quando começou a sorrir. Era seu marido que vinha.

Apeou o marido. Mas só com um braço rodeou- -lhe os ombros. A

outra mão pousou na empunhadura da espada. Nem fez menção de

encaminhar-se para a casa.

Que não se iludisse. A guerra não havia acabado. Sequer havia acabado

a batalha que deixara pela manhã. Coberto de poeira e sangue, ainda assim

não havia vindo para ficar. “Vim porque a luz que você acende à noite não

me deixa dormir”, disse-lhe quase ríspido. “Brilha por trás das minhas

pálpebras fechadas, como se me chamasse. Só de madrugada, depois que o

vento sopra, posso adormecer.”

A mulher nada disse. Nada pediu. Encostou a mão no peito do marido,

mas o coração dele parecia distante, protegido pelo couro da couraça.

“Deixe-me fazer o que tem que ser feito, mulher”, disse sem beijá-la. De um

sopro apagou a lanterna. Montou a cavalo, partiu. Adensavam-se as

sombras, e ela não pôde sequer vê-lo afastar-se recortado contra o céu.

A partir daquela noite, a mulher não acendeu mais nenhuma luz. Nem

mesmo a vela dentro de casa, não fosse a chama acender-se por trás das

pálpebras do marido.

No escuro, as noites se consumiam rápidas. E com elas carregavam os

dias, que a mulher nem contava. Sem saber ao certo quanto tempo havia

passado, ela sabia porém que era tanto.

E, passado outro tanto, num final de tarde em que à soleira da porta

despedia-se da última luz do horizonte, viu desenhar-se lá longe a silhueta

de um homem. Um homem a pé que caminhava na sua direção. Protegeu os

olhos com a mão para ver melhor e aos poucos, porque o homem avançava

devagar, começou a distinguir a cabeça baixa, o contorno dos ombros

cansados. Contorno doce, sem couraça. Hesitou seu coração, retendo o

sorriso nos lábios — tantos homens haviam passado sem que nenhum fosse

o que ela esperava. Ainda não podia ver-lhe o rosto, oculto entre barba e

chapéu, quando deu o primeiro passo e correu ao seu encontro, liberando o

coração. Era seu marido que voltava da guerra.

Não precisou perguntar-lhe se havia vindo para ficar. Caminharam até a

casa. Já iam entrar, quando ele se reteve. Sem pressa voltou-se, e, embora a

noite ainda não tivesse chegado, acendeu a lanterna. Só então entrou com a

mulher. E fechou a porta.

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