• Matéria: Português
  • Autor: patoline
  • Perguntado 5 anos atrás

Com Licença Poética Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não sou tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos– dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree ,já a minha vontade de alegria ,sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou . PRADO, Adélia. Poesia Reusada. São Paulo: Siciliano, 1991. é çã ,  *

1 ponto

a) O eu lírico enxerga a mulher como frágil e submissa, incapaz de assumir determinadas tarefas. Há uma resignação em sua poética, um olhar triste para sua realidade.

b) O eu lírico não aceita uma condição menor para a mulher, ao contrário, ela cria a imagem de uma mulher forte e consciente de seus desafios e capaz de representar vários papéis: a mulher comum do cotidiano (esposa, mãe, dona de casa) e a mulher poeta que cumpre a sina de escrever o que sente.

c) Assim como Drummond em Poema de Sete Faces, o eu lírico de Com Licença Poética é pessimista e encara a vida com medo da dor e amargura.

d) No texto, a mulher é vista exclusivamente como esposa e mãe, o eu lírico desacredita na possibilidade de reconhecimento como escritora: “espécie envergonhada”, “vai carregar bandeira”.

e) O eu lírico mostra insatisfação pelas diferentes funções que precisa assumir. “Mulher é desdobrável. Eu sou.”.

Respostas

respondido por: claraanna2425p3182i
2

Resposta:

Letra "B"

Explicação:

uma das características mais marcantes da autora Adélia Prado é a representação da mulher não frágil e não submissa.

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