Atividade 7
Leia os textos abaixo.
Texto 1
Iracema
Capítulo II
[...] Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto. [...]
José de Alencar
Texto 2
Carta do descobrimento
[...] E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos que chegaram primeiro.
Então lançamos fora os batéis e esquifes. E logo vieram todos os capitães das naus a esta nau do Capitão-mor. E ali falaram. E o Capitão mandou em terra a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou a ir-se para lá, acudiram pela praia homens aos dois e aos três, de maneira que, quando o batel chegou à boca do rio, já lá estavam dezoito ou vinte.
Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa. Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe arremessou um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas que querem parecer de aljôfar, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza. E com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar. [...]
Pero Vaz de Caminha
Comparando-se os dois textos, é possível dizer que:
A) apesar da diferença cronológica entre os textos, em ambos nota-se uma descrição poética e romantizada do indígena como “bom selvagem”.
B) em ambos os textos os índios são representados de forma exótica, valorizando-se a descrição física desprovida de subjetividade.
C) embora os dois textos tenham unidade temática, o texto 1 explora a literariedade e o texto 2 é um relato objetivo.
D) os textos discorrem sobre os índios sob a mesma perspectiva, a única diferença é que o texto de Alencar é do séc. XIX e a Carta do Descobrimento foi escrita no séc. XVI.
E) tanto José de Alencar quanto Pero Vaz de Caminha utilizam a descrição objetiva como técnica narrativa.
Respostas
respondido por:
11
Resposta:
A alternativa correta é a (C)! "Embora os dois textos tenham unidade temática, o texto 1 explora a literariedade e o texto 2 é um relato objetivo."
Explicação:
Como a própria alternativa diz: ambos os textos têm unidade temática, mas o texto um é literário e, o texto dois, trata-se de um relato real, uma carta.
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