Um sistema composto de duas cunhas de massas M1 = 11,26kg e M2 = 6,62kg é empurrado por uma força F sobre uma mesa. O ângulo é de 31 graus e o coeficiente de atrito estático entre elas é de 0,50. Não existe atrito entre a mesa e o conjunto. Considere a gravidade g = 9,8 m/s²
a) Qual a aceleração máxima do sistema sem que ocorra deslocamento de uma cunha com relação à outra?
b) Qual o módulo da força F que precisa ser exercida para que o sistema tenha a aceleração encontrada no item anterior?
c) Qual o módulo da força normal que a cunha M1 exerce sobre a cunha M2?
Respostas
Vamos começar determinando a aceleração do sistema (m₁+m₂) em função da força F pela 2ª Lei de Newton:
Claro, como m₁ e m₂ fazem parte do sistema, suas acelerações serão iguais a aceleração "a" do sistema.
Com a força F empurrando m₁, surgirá uma força de contato entre as superfícies de m₁ e m₂, ou seja, m₁ começará a empurrar m₂ com uma força F₁₂ e, como reação (3ª Lei de Newton), m₂ empurrará m₁ com uma força F₂₁ de mesmo módulo e direção de F₁₂, porém sentido oposto.
Veja essa situação representada na primeira figura anexada.
Sabemos que a força F₁₂ é a força responsável por acelerar m₂ com a aceleração do sistema, assim, aplicando novamente a 2ª Lei de Newton, temos:
Lembre-se que |F₁₂|=|F₂₁|.
Vamos agora atentar para a força de atrito.
Qual seu sentido, pra onde ela está apontando?
O atrito vai "tentar" impedir a movimentação de m₂ em relação a m₁, assim podemos ter três situações aqui:
(1) Quando F₂₁ tiver uma magnitude relativamente baixa, a força Peso será capaz de escorregar m₂ para baixo e a força de atrito tentará impedir este escorregamento, ou seja, estará paralela a superfície de m₁ apontando para cima.
(2) Quando F₂₁ for capaz de contrapor a força Peso, ou seja, quando as componentes de F₂₁ e do Peso paralelas à superfície de m₁ forem iguais, a força de atrito será nula.
(3) Quando F₂₁ tiver uma magnitude relativamente alta, a força Peso não será capaz de contrapor essa força e começará a escorregar para cima. A força de atrito tentará impedir que haja esse escorregamento para cima, ou seja, estará paralela a superfície de m₁ apontando para baixo.
Estamos interessados na máxima aceleração e, portanto, estamos observando a 3ª situação, até onde a força de atrito consegue impedir o escorregamento.
Dito isso, podemos agora, finalmente, desenharmos o diagrama de corpo livre (anexado) para facilitar a observação.
Como queremos que não haja movimento, ∑Fx=0 e ∑Fy=0, logo:
Efetuando o quociente entre "m.a" e "m.g":
Como o ângulo 31º não tem seno ou cosseno racional, vale a pena tentarmos simplificar essa expressão, deixando em função de apenas uma trigonométrica.
Substituindo os valores fornecidos e, considerando tg(31º)=0,60, achamos que a = 15,40 m/s².
b)
c)
Podemos utilizar a equação obtida com ΣFy=0:
Utilizando sen(θ)=0,515 e cos(θ)=0,857, chegamos a N≈108,2N.