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A geopolítica dos EUA, Breve explanação sobre as estratégias geopolítica dos EUA
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A polarização da sociedade americana e a luta fratricida de suas elites, nesse início do século XXI, devem prosseguir e aumentar de intensidade nos próximos anos, mas não devem alterar a direção, nem a velocidade do crescimento do poder militar global dos EUA. Esse tipo de divisão e luta interna não é fenômeno novo nem excepcional, e se repetiu em vários momentos do século XX, toda vez que foi necessário responder a grandes desafios e tomar decisões cruciais no plano internacional.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com a decisão dos EUA de participar das duas grandes guerras mundiais do século XX, e também com a decisão de se envolver e de se retirar das guerras da Coreia e do Vietnã, assim como em vários outros momentos mais recentes da política externa norte-americana, sem que essas divisões tenham afetado ou alterado a 'marcha forçada' dos EUA na direção do 'poder global' que acabou conquistando depois do fim da Segunda Guerra Mundial. outrossim, o mesmo deve acontecer de novo, neste momento, independentemente do que venha a acontecer com o mandato do presidente Donald Trump nos próximos dois anos. Existem dois consensos fundamentais, dentro da elite americana, que se mantêm constantes, e por cima de todas as suas divisões e lutas internas envolvendo seus partidos e facções governantes:
no campo das ideias: a convicção de que os EUA devem manter permanentemente sua liderança econômica e militar dentro do sistema mundial;
e no campo material: a convicção de que os EUA não podem deixar de financiar a reprodução e a expansão permanente da infraestrutura indispensável ao exercício deste poder global.
Graças a esse consenso fundamental, a 'grande estratégia' dos EUA, no campo internacional, segue sempre em frente, a despeito das 'trepidações internas' da sociedade americana, orientada por dois objetivos fundamentais: i) a 'segurança estratégica' dos EUA, envolvendo a eliminação de toda e qualquer ameaça a seus interesses nacionais, em qualquer ponto do mundo, junto com o controle naval e aeroespacial de todos os 'fluxos' relevantes para o exercício dessa supremacia; ii) com uma ênfase particular na 'segurança energética' dos EUA e de todos os seus principais aliados, por meio do monopólio ou do controle do acesso às principais fontes de energia concentradas em alguns poucos países do sistema mundial.
É a partir desse consenso básico que se deve ler a 'nova doutrina de segurança nacional' do governo de Donald Trump, anunciada no dia 18 de dezembro de 2017 - 28 anos depois da Guerra do Golfo, que inaugurou, em 1991, a ordem mundial do pós-Guerra Fria. Esses documentos oficiais definem periodicamente os principais objetivos estratégicos dos EUA, junto com a identificação de seus principais inimigos e concorrentes, de todo tipo, e em todos os lugares do mundo. Todavia engana-se quem pensar que esse novo documento cumpre apenas com uma obrigação burocrática ou se restrinja às idiossincrasias do presidente Trump. Ele foi preparado, em conjunto, pelo Departamento de Estado, pelo Pentágono, pela Central Intelligence Agency (CIA) e por todas as agências de informação do governo americano, junto com seu Departamento do Comércio e sua Secretaria do Tesouro, e tudo indica que transcenderá o tempo de duração da atual administração norte-americana.