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O objetivo deste texto é demarcar o sentido que tem assumido, no contexto do capitalismo, a relação entre sociedade e conhecimento científico. O desenvolvimento do capitalismo e da ciência moderna prosperaram a partir de uma relação de interdependência entre a lógica mercantil do primeiro e os pressupostos lineares da segunda. Neste sentido, ao racionalismo cartesiano podem ser creditadas muitas das conseqüências indesejadas que o sistema mundo tem produzido ao longo dos dois últimos séculos. Entrementes, em face das promessas de progresso não realizadas pelo capitalismo em sua versão cognitiva, a ciência moderna, passa a ser questionada em seu mais elementar fundamento, o domínio da natureza pelo homem. De sua crítica nascem e/ou ressurgem perspectivas não-lineares, que procuram considerar novas conexões e/ou saberes entre consciência e existência, entre sujeito e objeto, entre homem e natureza, entre sociedade e conhecimento. Nossa expectativa é que este debate, marcado por antagonismos e tensões, menos intransparente quanto mais impertinente, possa contribuir para um diálogo que deságüe em um conhecimento menos obtuso, porque atencioso para com a complexidade da realidade. Um novo conhecimento capaz de se reconciliar, humildemente, com a sabedoria, necessária e urgente, que irá permitir ao homem, ao fazer outras e novas escolhas, nascer de novo