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Deixaria a ESPN se fosse obrigado a cobrir eventos assim, em que os atletas são nerds que ainda moram no porão de suas mães”, teria dito Colin Cowherd, então apresentador do programa SportsNation na ESPN2 norte-americana, se posicionando claramente contrário à legitimidade dos jogos eletrônicos como esportes.
Vamos aos fatos: os gamers profissionais sofrem todos os tipos de pressões. São submetidos a programas intensivos que envolvem treinos individuais, coletivos, avaliações psicológicas e até exercícios físicos. Devido aos movimentos repetitivos, por exemplo, os cyber atletas precisam conviver com lesões e dores constantes em regiões do corpo como pescoço, cotovelos, pulsos e dedos. “Profissionais jogam por até 14 horas diárias. Não páram para alongamentos, nem ao menos levantam os braços para esticá-los um pouco. É uma cobrança muito intensa para o corpo”, explica Levi Harrison, médico norte-americano especializado no tratamento de jogadores profissionais.
Outro tipo de cobrança é a psicológica. Assim como nos esportes tradicionais, os pro players precisam lidar com exigências dos torcedores e com emoções como entusiamo, raiva, confiança e frustração. Têm que desenvolver o pensamento estratégico e o espírito competitivo; em sintonia, claro, com o nível técnico do jogo em questão, seja coletivo ou individual.
No entanto, diferentemente de esportes como futebol, basquete ou natação, organizados de modo corporativista e territorial (precisam obrigatoriamente de ambientes físicos para acontecer), os eSports são “difusos”. Ou seja: as competições de games são online e transmitidadas ao vivo por plataformas de streaming.
Outro diferencial é o fato das disputas serem coordenadas por um conjunto de empresas e produtoras de jogos, que promovem torneios nacionais, continentais e até mundiais. Todavia, o mais relevante é a grande popularidade entre o público jovem. Enquanto a audiência televisiva de algumas modalidades tradicionais despecanram na última década, a dos jogos eletrônicos percorreu caminho inverso.