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Perspectiva (português brasileiro) ou perspetiva (português europeu) é um campo de estudo da geometria e, em especial, da geometria projetiva. Suas aplicações estendem-se para: arte, arquitetura, design, engenharia etc. Trata-se de uma ciência que abarca os métodos de representação dos objetos em seus tamanhos e posições "corretas", tal qual a visão humana supostamente os compreenderia, a partir de um observador. A perspectiva subdivide-se em várias modalidades como: cônica, isométrica, cavaleira, militar, entre outras, e foi desenvolvida pelos artistas e geômetras na transição da Idade Média para o Renascimento, na sua forma estrita de entendimento.[1]
Segundo Thomas E. French, ex-profesor de desenho de engenharia na Universidade Estadual de Ohio, e Charles J. Vierck, ex-professor de expressão gráfica da Universidade da Flórida, existia, na prática, até o final da década de 1990, três tipos de desenho em perspectiva, sendo eles: axonométrico (isométrico, dimétrico e trimétrico), oblíquo (em múltiplas variações) e os exatos (também classificados como centrais, que são compostos por um ou mais pontos de fuga).[2]
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Técnica de representação do espaço tridimensional numa superfície plana, de modo que a imagem obtida se aproxime daquela que se apresenta à visão. Na história da arte, o termo é empregado de modo geral para designar os mais variados tipos de representação da profundidade espacial. Os desenvolvimentos da ótica acompanham a Antigüidade e a Idade Média, ainda que eles não se apliquem, nesses contextos, à representação artística. É no renascimento que a pesquisa científica da visão dá lugar a uma ciência da representação, alterando de modo radical o desenho, a pintura e a arquitetura. As conquistas da geometria e da ótica ensinam a projetar objetos em profundidade pela convergência de linhas aparentemente paralelas em um único ponto de fuga.
A perspectiva, matematicamente fundamentada, desenvolve-se na Itália dos séculos XV e XVI, a partir das investigações de Filippo Brunelleschi (1377-1446), arquiteto e escultor florentino - pioneiro no uso da técnica - e descrita pelo mais importante teórico da Renascença, o pintor, escultor e arquiteto Leon Battista Alberti (1404-1472). Escrito originalmente em latim - De Pictura -, o tratado Della Pittura (1435) de Alberti é a primeira descrição sistemática de construção da perspectiva. A partir daí a nova ciência da perspectiva é colocada em prática por uma série de artistas. Masaccio (1401-1428) é considerado exímio na aplicação das conquistas científicas à arte da representação. A primeira obra a ele atribuída, o tríptico de San Giovenale (Uffizi, Florença, 1422), é exemplar de como conseguir criar um sentido coerente de terceira dimensão sobre a superfície bidimensional. Além dele, outros artistas importantes da época exercitam as potencialidades da nova técnica, dentro e fora da Itália: Piero della Francesca (ca.1415-1492), Leonardo da Vinci (1452-1519), Albrecht Dürer (1471-1528) etc. A perspectiva, magistralmente praticada pelos artistas do Renascimento, torna-se um dos fundamentos mais importantes da pintura européia até meados do século XIX.
A arte moderna - cujo trajeto no século XIX acompanha a curva definida pelo romantismo, realismo e impressionismo - se caracteriza por uma atitude crítica em relação às convenções artísticas, entre elas, a perspectiva. O emprego livre de cores vivas, as pinceladas expressivas e a nova concepção da luz recusam as normas da arte acadêmica, o que já se observa em artistas românticos como Eugène Delacroix (1798-1863). O questionamento com os temas clássicos, defendidos pelas academias de arte, vem acompanhado na arte moderna pelo abandono das tentativas de representar ilusionisticamente um espaço tridimensional sobre um suporte plano. A consciência da tela plana, de seus limites e possibilidades, inaugura o espaço moderno na pintura, o que se verifica decisivamente na obra de Éduard Manet (1832-1883). É com o impressionismo que a crise da perspectiva anunciada anteriormente se agudiza.
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