Question

AFINAL,QUEM SOMOS NÓS?
Se o homem é um ser racional, se a razão nos confere tanto poder, como explicar a existência da opressão, da miséria, da fome, das guerras que matam milhões de pessoas? Como explicar a destruição da natureza que põe em risco a própria sobrevivência da espécie humana? Afinal, quem somos nós?
Só agora estamos descobrindo que ainda sabemos muito pouco sobre nós mesmos. Estamos descobrindo que não basta apenas a razão para solucionarmos todos os problemas. O homem não é só racionalidade, mas também sensibilidade. Somos um ser com capacidade de pensar e também de sentir: amar, chorar, sorrir, ter saudades, apreciar o belo...
Durante séculos, o homem estudou muito: pesquisou, elaborou te0-
rias, inventou tecnologia... Contudo, a evolução interior, espiritual, não acompanhou a evolução dos conhecimentos. E é por isso que, apesar de viajarmos em foguetes, ainda não conseguimos semear a paz no mundo.
Somente com a razão e sentimentos podemos ter uma percepção global do que somos. Esta percepção está agora nos mostrando que, além da humanidade, fazemos parte da Terra e do próprio universo. Convivemos com uma infinidade de seres - dos micro-organismos às galáxias - que dependem um dos outros como fios de uma teia. Formamos um único ser, como as células formam um corpo. Transformar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, não depredar este ser do qual fazemos parte parece ser o grande desafio que temos daqui para frente. Para isto, não basta o conhecimento adquirido pela razão, mas a sabedoria que vem da racionalidade com sensibilidade.
Estamos aprendendo que ser feliz, que vencer na vida não é apenas ter estudo, ter uma profissão que nos possibilite uma vida de conforto material. É também desenvolver a espiritualidade, os sentimentos que nos levam a ver como irmãos as pessoas, os animais, as plantas e os minerais.

(Clodoaldo M. Cardoso)

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1. Porque o autor não considera o homem" o senhor do universo"?

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