O que é história das mentalidades?
Cláudio Fernandes
A História é uma disciplina que atravessou, desde o seu processo de institucionalização como "ciência", no século XIX, inúmeras reformulações, revisões e batalhas teóricas. Na primeira metade do século XX, entre os historiadores franceses, uma "revolução" metodológica passou a acontecer. Revolução essa que deitaria raízes no futuro das reflexões sobre a história. A Escola dos Annales foi o "carro-chefe" dessa revolução. Foi de um dos fundadores da Escola dos Annales, Lucien Febvre (1878-1956), que nasceu um dos mais importantes ramos da historiografia do século XX, a história das mentalidades.
Segundo Febvre, havia camadas do desenvolvimento histórico da humanidade que não sofriam transformações rápidas e nítidas como outras. Assim, por exemplo, as estruturas políticas e sociais seriam as primeiras nas quais se poderia verificar mudanças substantivas, enquanto certos comportamentos e formas de pensamento demorariam significativamente mais para sofrer alterações.
Dessa forma, pensamentos, ideias, ideologias, segmentos morais, atmosferas de compreensão científica, entre outros, estariam dentro da esfera das mentalidades, isto é, formas duradouras de pensamento que caracterizam longos espaços de tempo. Parte dos fundamentos da Psicologia moderna, desenvolvida na virada do século XIX para o século XX, ajudou Febvre a assentar suas teses sobre a história das mentalidades. Febvre escreveu grandes ensaios de investigação histórica que exploraram o terreno das mentalidades. Os exemplos mais notáveis são "Martinho Lutero, um destino", sobre o reformador religioso alemão, "O início do livro: o impacto da Imprensa (1450-1800)", trabalho pioneiro também na área da história da leitura e "O problema da descrença no século XVI: a religião de Rabelais", sobre a atmosfera religiosa na época do autor de Gargantua e Pantagruel.
Os herdeiros intelectuais de Febvre continuaram a desenvolver pesquisas no âmbito da história das ideias. Nomes como Michel Vovelle, Philippe Ariès, Fernand Braudel e, depois, Jacques Le Goff, Emmuel Le Roy Larurie, Roger Chartier etc. integraram o time, mas também fundaram novas áreas de investigação, como a história cultural e a "nova história".
(Cláudio Fernandes. Portal História do mundo)
Para resolver este desafio, faça uma análise da contribuição da História das Mentalidades no processo de compreensão da sociedade num todo. Seu texto deverá conter, no máximo, dez linhas. Você poderá consultar outras fontes de pesquisas para fundamentar sua resposta.
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Resposta:A história é uma disciplina que atravessou, desde o seu processo de institucionalização como “ciência”, no século XIX, inúmeras reformulações, revisões e batalhas teóricas. ... Revolução essa que deitaria raízes no futuro das reflexões sobre a história. A Escola dos Annales foi o “carro-chefe” dessa revolução.
Explicação: espero ter ajudado
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