• Matéria: Português
  • Autor: camillycunha7
  • Perguntado 5 anos atrás

Dois mais dois
Luis Fernando Verissimo

O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora resolveu contar uma história.
Contou a história do Supercomputador. Um dia disse a professora, todos os computadores do mundo serão unificados num único sistema, e o centro do sistema será em alguma cidade do Japão. Todas as casas do mundo, todos os lugares do mundo terão terminais do Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputador para compras, para recados, para reservas de avião, para consultas sentimentais. Para tudo. Ninguém mais precisará de relógios individuais, de livros ou de calculadoras portáteis. Não precisará mais nem estudar. Tudo que alguém quiser saber sobre qualquer coisa estará na memória do
Supercomputador, ao alcance de qualquer um. Em milésimos de segundo a resposta à consulta estará na tela mais próxima.
E haverá bilhões de telas espalhadas por onde o homem estiver, desde lavatórios públicos até estações espaciais. Bastará ao homem apertar um botão para ter a informação que quiser.
Um dia, um garoto perguntará ao pai:
– Pai, quanto é dois mais dois?
– Não pergunte a mim – dirá o pai -, pergunte a Ele.
E o garoto digitará os botões apropriados e num milésimo de segundo a resposta aparecerá na tela. E então o garoto dirá:
– Como é que sei que a resposta é certa?
– Porque Ele disse que é certa – responderá o pai.
– E se Ele estiver errado?
– Ele nunca erra.
– Mas se estiver?
– Sempre podemos contar nos dedos.
– O quê?
– Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante dois dedos. Agora mais dois. Viu? Um, dois, três, quatro. O computador está certo.
– Mas, pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos dedos. A não ser reunindo muita gente e usando os dedos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d’Ele está certa? Aí o pai suspirou e disse:
– Jamais saberemos...
O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando ninguém mais soubesse matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então não faria diferença se o Computador estava certo ou não, já que a sua resposta seria a única disponível e, portanto, a certa, mesmo que estivesse errada, e... Aí foi a vez da professora suspirar.
Leia:

I. Obra de ficção do gênero narrativo, apresenta narrador, personagens, ponto de vista e enredo.
II. Gênero narrativo curto, narra fatos em ordem cronológica.
III. Publicada em jornal ou revista, destina-se à leitura diária ou semanal, pois trata de acontecimentos cotidianos.
IV. Gênero que se define por sua pequena extensão, é mais curto que a novela ou o romance, apresentando uma estrutura fechada.
V. Tipo de texto que se caracteriza por envolver um remetente e um destinatário, geralmente é escrito em primeira pessoa.
1. A partir da leitura do texto e ao analisarmos as afirmativas acima, baseada em nossos estudos realizados sobre o gênero crônica, podemos concluir que são características da crônica: *
1 ponto
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I e V.
e) III e IV.

Respostas

respondido por: gabyhhu3
15

Resposta:

c)

Explicação:

respondido por: catherinepnhr
10

A partir da leitura da crônica Dois mais dois de Luiz Fernando Verissimo, podemos concluir que são características do gênero crônica:

Alternativa c - II e III.

  • II. Gênero narrativo curto, narra fatos em ordem cronológica.

  • "III. Publicada em jornal ou revista, destina-se à leitura diária ou semanal, pois trata de acontecimentos cotidianos."

As características do gênero crônica são:

  • a temática de situações do cotidiano;
  • o uso de personagens;
  • a escrita de textos curtos;
  • linguagem simples e acessível;

As crônicas objetivam colocar o leitor a refletir sobre o seu cotidiano, mas de uma forma leve e divertida.

Neste caso, em "Dois mais dois" narra-se a conversa entre um estudante e uma professora sobre as razões para o estudante aprender matemática. A professora tenta demonstrar que se o estudante confiar nas respostas prontas de calculadoras e computadores e não souber responder as perguntas por conta própria, um dia ele poderá ser enganado.

É uma forma de colocar o leitor a refletir sobre as vezes que deixamos de aprender sobre um assunto importante e optamos por confiar sempre em ferramentas automáticas (calculadoras, por exemplo) e pesquisas na internet. Assim, o ser humano pode acabar acostumando-se a não saber, apenas confiar em quem ou no que em teoria sabe.

Leia mais sobre o gênero crônica aqui:

https://brainly.com.br/tarefa/9618233

Espero ter ajudado!

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