LEIA COM ATENÇÃO
Sobre a crônica
Ivan Ângelo
Uma leitora se refere aos textos aqui publicados como
"reportagens". Um leitor os chama de artigos". Um estudante
fala deles como "contos". Há os que dizem: "seus
comentários". Outros os chamam de "criticas".
A dificuldade é que a crônica não é um formato, como o
soneto, e muilos duvidam que seja um gênero literário, como
o conto, a poesia lírica. (...) Há crônicas que são dissertações,
como em Machado de Assis; outras são poemas em prosa,
como em Paulo Mendes Campos; outras são pequenos
contos, como em Nelson Rodrigues; ou casos, como os de
Fernando Sabino; outras são evocações, como em Drummond
e Rubem Braga, ou memórias e reflexões, como em tantos. A
crônica tem a mobilidade de aparências e de discursos que a
poesia tem - e facilidades que a melhor poesia não se
permite
Está em toda a imprensa brasileira, de 150 anos para cá.(...) Por que deu certo no Brasil? Mistérios do leitor. Talvez por
ser a obra curta e o clima, quente.
A crônica é frágil e intima, uma relação pessoal. Como se
fosse escrita para um leitor, como se só com ele o narrador
pudesse se expor tanto. Conversam sobre o momento,
cúmplices: nós vimos isto, não é, leitor?, vivemos isto, não é?,
sentimos isto, não é? O narrador da crônica procura
sensibilidades immas.
Se é tão antiga e intima, por que muitos leitores não
aprenderam a chamá-la pelo nome? É que ela tem muitas
máscaras. Recorro a Eça de Queirós, mestre do estilo antigo.
Ela não tem a voz grossa da política, nem a voz indolente do
poeta, nem a voz doutoral do critico; tem uma pequena voz
serena, leve e clara, com que conta aos seus amigos tudo o
que andou ouvindo, perguntando, esmiuçando"
É mais exato apreciá-la desdobrando-se no tempo, como
fez Antonio Candido: "Em lugar de oferecer um cenário
excelso, numa revoada de adjetivos e periodos
candentes, pega o miúdo e mostra nele uma
grandeza, uma beleza ou uma singularidade
insuspeitadas".
Elementos que funcionam na crônica: humor, DE LINGUA PO
intimidade, lirismo, surpresa, estilo, elegância,
solidariedade. Cronista mesmo não 'se acha'. As
Escrevendo
crônicas de Rubem Braga foram vistas pelo sagaz professor
Davi Amigucci como "forma complexa e única de uma relação
do Eu com o mundo". Muito bem. Mas Rubem Braga não se
achava o tal. Respondeu assim a um jornalista que lhe havia
perguntado o que é crônica:
-Se não é aguda, é crônica.
Veja São Paulo, 25/4/2007
1. Por que o escritor resolveu escrever esse texto?
( ) Para apresentar a história do gênero crônica:
( ) Para tentar explicar o que é uma crónica;
( ) Para apresentar os principais cronistas brasileiros;
( ) Para tentar explicar sua dificuldade em escrever crônicas.
Respostas
respondido por:
4
Resposta:
para representar os principais cronistas
Explicação:
pois quis mostrar nossos principais cronistas
Vyevil9427:
Obrigado, estava em dúvida nessa questão.
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