• Matéria: Matemática
  • Autor: anarodrigues171
  • Perguntado 4 anos atrás

Qual é a classe de 1921​

Respostas

respondido por: henriquewgamer
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Resposta:

PARTIDO E CLASSE

Explicação passo-a-passo:

As Teses sobre o Papel do Partido Comunista na Revolução Proletária aprovadas pelo Segundo Congresso da Internacional Comunista estão genuína e profundamente enraizadas na doutrina marxista. Estas teses tomam a definição das relações entre partido e classe como um ponto de partida e estabelecem que o partido da classe pode incluir em suas fileiras apenas uma parte da própria classe, nunca toda nem talvez a maioria dela.

Esta verdade óbvia teria sido mais bem enfatizada se tivesse sido destacado que não se pode sequer falar de uma classe caso não tenha surgido uma minoria desta classe que tende a se organizar em partido político.

O que de fato é uma classe social segundo nosso método crítico? Podemos reconhecê-la por meio de uma constatação externa puramente objetiva das condições sociais e econômicas de um maior número de indivíduos, e de suas posições análogas em relação ao processo produtivo? Isso não seria suficiente. Nosso método não equivale a uma mera descrição da estrutura social como ela existe em dado momento, nem traça uma linha abstrata dividindo todos os indivíduos compondo a sociedade em dois grupos, como é feito na classificação escolástica dos naturalistas. A crítica marxista vê a sociedade humana em seu movimento, em seu desenvolvimento no tempo; ela utiliza um critério fundamentalmente histórico e dialético, isso é, estuda a conexão dos eventos em sua influência recíproca.

Ao invés de tirar uma fotografia instantânea da sociedade em um dado momento (como o velho método metafísico) e então estudá-la para distinguir as diferentes categorias nas quais os indivíduos que a compõem devem ser classificados, o método dialético vê a história como o desenrolar das sucessivas cenas de um filme; deve-se procurar e distinguir a classe em suas características marcantes deste movimento.

Se usássemos o primeiro método, seríamos alvo de milhares de objeções de estatísticos e demógrafos puros (pessoas míopes) que reexaminariam nossas divisões e comentariam que não há duas classes, nem três ou quatro, mas que pode haver dez, cem, ou até mil classes separadas por gradações sucessivas e zonas de transição indefiníveis. Com o segundo método, no entanto, utilizamos critérios bastante diferentes para distinguir o protagonista da tragédia histórica, a classe, e para definir suas características, suas ações e seus objetivos, que se concretizam em características obviamente uniformes em meio a uma grande variedade de fatos dinâmicos; enquanto isso, o pobre fotógrafo de estatísticas apenas as registra como uma série de dados sem vida.

Portanto, para afirmar que uma classe existe e age em um dado momento da história, não é suficiente saber, por exemplo, quantos comerciantes havia em Paris sob Luís XIV, ou o número de senhorios ingleses no século XVIII, ou o número de trabalhadores na indústria manufatureira belga no início do século XIX. Ao contrário, temos que submeter um período histórico inteiro a nossas investigações lógicas; teremos que decifrar um movimento social e, portanto político, que busca seu caminho em meio aos altos e baixos, os erros e sucessos, ao mesmo tempo em que obviamente aderindo ao conjunto de interesses de uma camada de pessoas que foram colocadas em uma situação particular pelo modo de produção e por seus desenvolvimentos.

É este método de análise que Friedrich Engels usou em um de seus primeiros ensaios clássicos, onde elaborou a explicação de uma série de movimentos políticos da história da classe trabalhadora inglesa, e assim demonstrou a existência de uma luta de classes.

Este conceito dialético de classe permite que superemos as pálidas objeções dos estatísticos. Eles não tem mais o direito de ver as classes opostas como sendo claramente divididas na cena da história como são divididos os diferentes grupos corais em uma cena de teatro. Eles não podem refutar nossas conclusões ao argumentar que na zona de contato há camadas em que há uma osmose dos indivíduos, pois este fato não altera a fisionomia histórica das classes confrontando uma a outra.

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