Texto 11-O perfume do Rio
Heloisa Seixas
Eu estava na praia quando calu o temporal. Era um meio de tarde, não mais de quatro horas, e lembro-me
de que estava deitada de frente para o mar do Leblon, lendo. De repente, senti uma chicotada nas costas. A arela
me fustigou com tal violência que a revista me foi arrancada das mãos. Tapel os olhos, esperando que a ventania passasse. Mas não passou. Depois de me levantar com dificuldade, enquanto o vento me empurrava em direção ao mar, recolhi minhas coisas como pude e virel-me em direção à rua - justamente de onde vinha o vento. Enfrentei o, caminhando quase agachada e ouvindo a algazarra dos banhistas que, sem exceção, corriam para se abrigar. Num brevissimo intervalo entre duas lufadas, olhei para cima. O céu, por trás dos prédios, era de um negro profundo, parecia saído de um filme de ficção cientifica. Um raio e um trovão simultáneos me fizeram baixar a vista e apertar o passo
Não tinha ainda alcançado o outro lado da Delfim Moreira quando a chuva caiu. Uma chuva desalmada, de instintos assassinos, que me ensopou em segundos. Corri para uma das ruas transversais, procurando abrigo. A rua estava deserta, ninguém à vista. Nem
qualquer lugar que pudesse me servir de refúgio. No Rio, os prédios se cercaram todos de grades de ferro e suas marquises ficaram para além das lanças pontiagudas, em território proibido. Já não servem a ninguém em dia de chuva. Eu estava a poucos quarteirões de casa, mas água e vento me batiam com tamanha violência que eu mal podia caminhar. Não havia alternativa a não ser parar em algum lugar e esperar passar a tormenta. Lembrel-me, então, do pequeno largo, um recuo, do lado direito da rua, que imaginei abrigado, senão da chuva, pelo menos da
força do vento. Ainda com dificuldade e sentindo a água me açoitar as costas nuas, caminhei até lá.O largo, cercado de prédios baixos e amendoeiras, me acolheu. De fato, all ventava menos. Tremendo de frio e susto, esperei que a chuva passasse, encostada ao muro de um prédio antigo, cujas pedras ainda emanavam o calor da tarde. Abraçada à minha bolsa de lona, tão molhada quanto eu, fiquei ali, pensando em toda sorte de
histórias sobre raios fulminantes. Foram muitos minutos até que a tormenta recuasse. Mas, quando isso acontecesi, foi como se o mundo emergisse de uma paixão avassaladora e respirasse, salvo. Fechei os
olhos.
E foi então que o cheiro das amendoeiras me invadiu. Um cheiro ácido, verde, úmido - a alma das árvores delas se desprendendo, leve e lavada. Um aroma que a chuva acentuara, sem dúvida, mas que eu reconheci porque já o sentira antes, muitas vezes, sem que disso me desse conta. Agora ele estava apenas mais forte, mas a verdade é que sempre estivera lá. O cheiro das amendoeiras.
É esse o perfume do Rio.
1.Qual é o foco narrativo, onde e em que momento do dia se passa a situação m
2. Que acontecimento inicia e confiss gerador?
3. Como a cena da força violenta do vento e narrada?
4. vocabulo "desalmada", da expressão metafórica chuva desalmada, pode ser associado a que outra palavra sinónima? Utilice um dicionario se precisar
5. Que critica a personagem faz no quarto parigrafu?
6.0 que velo apos a ventania?
7. Encontre o sentido da palavra destacada e uma comparação no trecho " 11 Num brevissimo intervalo entre duas tufadas, other para cima O ceu por trás dos prédios, era de um negro profundo, parecia saido de um filme de ficção cientifica[...]
Pfv mim ajuda tenho q terminar hoje pra entregar amanhã
Respostas
respondido por:
5
Resposta: 1 narrador personagem, ela estava na praia do Leblon a tarde lendo uma revista. 2 o temporal q aconteceu
Explicação: só sei essas duas
anjinhabicudinha13:
valeu
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