• Matéria: Filosofia
  • Autor: gamergayobeso
  • Perguntado 4 anos atrás

(UFU 2006) Leia atentamente o trecho do diálogo platônico Apologia de Sócrates: “Como se dá, caro amigo, ...não te envergonhes de só te preocupares com dinheiro e de como ganhar o mais possível, e quanto à honra e à fama, à prudência e à verdade, e à maneira de aperfeiçoar a alma, disso não cuidas nem cogitas?” (PLATÃO, Apologia de Sócrates. Trad. de Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001. p. 130, 29d. A partir do trecho acima, escolha a alternativa que melhor exprime a ética socrática.
a)Sócrates define a virtude a partir de um conjunto de ações que são ensinadas aos discípulos por meio de exemplos. Para ele, somente a ciência constitui o saber, pois não se pode conhecer a essência da virtude. O aperfeiçoamento da alma só acontece através do saber técnico, que permite ao homem voltar-se para a prática do bem.
b)O aperfeiçoamento da alma só ocorre pelo abandono das preocupações éticas e pela investigação racional do discurso lógico. O exame filosófico é propiciado pela refutação e pela ironia, que permitem a defesa de argumentos contrários e configuram as regras do discurso político persuasivo.
c)O exame da alma constitui, para Sócrates, simultaneamente uma investigação acerca da verdade e a escolha de um modo de vida virtuoso. Na investigação sobre a essência das virtudes a ironia tenta evidenciar as falsas opiniões acerca do bem e conduzem a razão para os verdadeiros valores.
d)O objetivo da investigação filosófica é o exame da natureza e da cosmologia, pelo qual são delimitados os critérios racionais que permitem o abandono dos falsos valores e que conduzem ao aperfeiçoamento da alma pela ciência. A investigação socrática não se ocupa das questões éticas e políticas.

Respostas

respondido por: AnthonioJorge
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O exame da alma constitui, para Sócrates, simultaneamente uma investigação acerca da verdade e a escolha de um modo de vida virtuoso. Logo, a alternativa C é a correta.

Seu objetivo é romper com a Amathia (prepotência), não com a Agnoia (ignorância). A afirmação clássica do Sócrates – como uma douta ignorância – é o que nos permite concluir que Sócrates parte do problema epistemológico dos sofistas para desaguar num problema ético: o problema não é não saber, é pressupor que sabe muito

VIRTUDE E CONHECIMENTO SÃO A MESMA COISA = não se separa conhecimento teórico do prático, em Sócrates.

A pergunta ética por excelência é “O que é o bem viver?”. Em Sócrates, buscar o conhecimento (leia-se: autoconhecimento) é indissociável da moralidade. Virtude é esse conhecimento. Ninguém erra deliberadamente, diz Sócrates. Nem é mau voluntariamente (quem vê o melhor também necessariamente o faz).

É da virtude que vem a riqueza, não da riqueza que vem a virtude. A virtude não é mais um dom divino, mas algo a ser aprendido, não como valores externos, mas como autoconhecimento interno.

Exemplos:

  • coragem – Laques
  • piedade – Eutífron
  • amizade – Lísis

Sócrates tenta defini-los universalmente, destruindo as premissas questionáveis dos outros.

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