1. Considere o seguinte discurso: “Os povos nativos americanos, denominados de indígenas, eram atrasados na época do descobrimento da América. A colonização deste imenso e selvagem território pelos europeus foi decisiva para a melhoria de sua situação, pois lhes trouxe o progresso e a civilização. Embora a colonização não tenha sido pacífica, foi indispensável retirá-los do estado de ignorância e inferioridade em que se encontravam”. Agora responda às seguintes questões:
a) Este discurso está associado aos representantes da antropologia evolucionista do século XIX ou aos antropólogos adeptos do relativismo cultural do século XX? Por que? (valor: 1,0)
b) Há algum traço de etnocentrismo no discurso exposto acima? Explique sua resposta. (valor: 1,0)
Respostas
Resposta:
a)Resumo: Desde sempre a questão da diversidade e do contato cultural esteve presente na
humanidade e, agora, coloca-se de modo intenso nas sociedades modernas. O que é novo é o
questionamento das formas constituídas de explicação, cujas premissas teóricas parecem estar
superadas como possibilidade de compreensão desse novo momento e dessa nova realidade. A
questão assim colocada faz emergir um intenso debate em torno da produção do conhecimento,
de seu alcance e seus limites, de modo a questionar as formas constituídas de saber e os campos
disciplinares construídos na modernidade. No contexto desse debate, a análise das relações
existentes entre Antropologia, Estudos Culturais e Educação, apresenta-se como desafio teórico da
modernidade e como uma necessidade diante dos princípios e das práticas presentes na articulação
entre o campo científico e o processo educativo na sociedade moderna.
b)A palavra etnocentrismo designa uma forma de enxergar outra etnia (e suas derivações, como cultura, hábitos, religião, idioma e formas de vida em geral) com base na etnia própria. A visão etnocêntrica de mundo não permite ao observador de uma cultura reconhecer a alteridade e faz com que ele estabeleça a sua própria cultura como ponto de partida e referência para quantificar e qualificar as outras culturas. Disso se resulta, grosso modo, que o observador etnocêntrico vê-se como superior aos demais em aspectos culturais, religiosos e étnico-raciai